"População pode descansar", mas tempos de atraso do INEM estão "piores"

O presidente do INEM assegurou estar "confiante" de que, a partir de janeiro, o organismo poderá ter mais 200 técnicos de emergência pré-hospitalar para colmatar as carências.

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© Global Imagens/Paulo Alexandrino

Notícias ao Minuto
08/11/2024 09:35 ‧ 08/11/2024 por Notícias ao Minuto

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O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Sérgio Dias Janeiro, assegurou, esta sexta-feira, que "a população portuguesa pode estar descansada", uma vez que o organismo está a "desenvolver todos os esforços no sentido de normalizar" o aumento do tempo de espera de resposta, ao mesmo tempo que confessou que os atrasos que provocaram pelo menos sete mortes nos últimos dias "são os piores relativamente a períodos de normalidade".

 

"Neste momento, estamos com um inquérito para englobar todos estes casos e todo o funcionamento dos CODU durante este período de greve, […] se assim houver indícios, com consequências", disse o responsável, em entrevista à CNN Portugal, face aos sete casos de doentes que morreram à espera de socorro.

Sérgio Dias Janeiro apontou, ainda assim, ser "importante não nos focarmos apenas nos casos pontuais, que não podem nunca ser desvalorizados", enquanto sublinhou que "importa corrigir o que possa estar menos bem, otimizar circuitos, criar redundâncias no sistema".

"Confirmo que tem havido alguns momentos de maior stress ao sistema em que os tempos de atendimento e de resposta têm estado acima do ideal, mas é importante salientar que, ao longo dos últimos anos, também já tem havido alguns momentos de atraso", disse, tendo confessado que os tempos de espera atuais "são os piores relativamente a períodos de normalidade".

O presidente destacou, por isso, que "a população portuguesa pode estar descansada, que o INEM está a desenvolver todos os esforços no sentido de normalizar esta situação".

"Este conselho diretivo do INEM tem-se inteirado de todos os problemas estruturais que o INEM atravessa, que passam principalmente por uma carência importante de recursos humanos, que é mais marcada nos técnicos de emergência pré-hospitalar. É muito importante salientar que, nos últimos anos, o saldo entre entradas e saídas tem sido negativo", explicou, tendo dado conta de que, relativamente ao ano passado, verifica-se um decréscimo de 13% no efetivo, o que "exige um esforço acrescido dos técnicos de emergência pré-hospitalar que estão no instituto em numero deficitário para garantir todo o socorro à população".

O responsável indicou que "foi imediatamente aberto um concurso para a admissão de 200 técnicos", já que a capacidade logística do INEM é apenas capaz de "formar 200 de cada vez", que deverão ser admitidos já em janeiro.

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Teresa Banha | 19:00 - 07/11/2024

"Estou confiante que vamos ultrapassar estas carências. Temos mais de 500 candidatos em prova", disse, avançando que o instituto conta abrir um novo processo de recrutamento em 2025.

Sérgio Dias Janeiro adiantou também que, na sua experiência, "disponibilidade da tutela tem existido".

Recorde-se que os técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM - uma estrutura que tem menos de metade de elementos do que o previsto no quadro - estavam a fazer greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, uma situação que criou vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.

Ontem à tarde, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar decidiu suspender a greve, na sequência de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

[Notícia atualizada às 09h56]

Leia Também: Atrasos no INEM? PGR abre inquérito após morte em Almada

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