EDP "não teve ganho" económico indevido com transição para os CMEC
O presidente executivo da EDP disse hoje que a empresa não teve qualquer ganho económico ou financeiro indevido com a transição para os CMEC, classificando como "remoto" o risco de ter de suportar encargos adicionais com aqueles contratos.
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Economia Caso EDP
O CEO da EDP, Miguel Stilwell de Andrade assumiu esta posição durante uma conferência telefónica ('conference call') com analistas sobre os resultados da elétrica até setembro, referindo-se ao processo em que os ex-administradores da EDP António Mexia e João Manso Neto são acusados de corrupção no caso EDP/CMEC.
"Quero ser muito claro quanto a isto: a EDP não é arguida ou parte neste processo. E, mais importante ainda, a EDP não teve qualquer ganho ou benefício económico ou financeiro na transição dos CAE [contratos de aquisição de energia] para os CMEC [Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual]", afirmou Miguel Stilwell.
Segundo o gestor, além de não ter tido qualquer benefício, a EDP "até ficou pior" com os CMEC, tendo sofrido vários "cortes" financeiros desde 2012.
"A EDP ficou efetivamente pior com os CMEC do que com os anteriores CAE, essa é a realidade", afirmou o gestor na conversa com os analistas, lembrando que estes cortes estão a ser contestados em tribunal devido ao "forte desacordo" da empresa sobre os mesmos.
Segundo a acusação, a EDP teve um benefício indevido superior a 840 milhões de euros, com o Ministério Público a defender que a empresa deverá ser condenada a pagar ao Estado português "o valor das vantagens" obtidas.
Miguel Stilwell afirmou ainda que, tendo por base toda a informação disponível no processo EDP/CMEC e a análise dos seus advogados, é "remoto" qualquer risco indireto de a EDP vir a suportar algum encargo financeiro.
Por este motivo, referiu, não foi feita nenhuma provisão para fazer face a esta situação.
A acusação em que são arguidos os antigos gestores da elétrica marca um ponto final num inquérito aberto em 2012 relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) por parte da EDP. Este processo acabou também por levar em dezembro de 2022 à acusação do ex-ministro Manuel Pinho, da mulher Alexandra Pinho, e do ex-banqueiro Ricardo Salgado por factos não relacionados com esta situação.
O lucro da EDP subiu 14% para 1.083 milhões de euros até setembro, apoiado pela atividade no Brasil e a produção hídrica no mercado ibérico.
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