"A pobreza é um fenómeno multidimensional"

A Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal, que hoje inaugurou novas instalações em Lisboa, considera que é preciso olhar para a pobreza como "um fenómeno multidimensional".

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Lusa
12/11/2024 16:21 ‧ 12/11/2024 por Lusa

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Rede Europeia Anti-Pobreza

Antes da inauguração de um novo espaço na capital, Joana Alfaiate, do Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN, na sigla em inglês) Portugal, realçou, em declarações à Lusa, que "a taxa de pobreza não esgota a problemática, porque a pobreza é um fenómeno multidimensional".

 

Emprego e habitação são indicadores centrais, apontou. "No caso da habitação, por exemplo, conseguimos ver até ao nível da freguesia o número de pessoas a viver em alojamentos improvisados em Lisboa, o que pode ser bastante útil a nível das políticas e estratégias locais para a própria cidade", exemplificou.

Ainda assim, a especialista destacou como desafio "a falta de dados a nível das taxas de pobreza" na cidade de Lisboa.

Aliás, a Rede Europeia Anti-Pobreza defende, no comunicado enviado aos jornalistas a propósito da inauguração das novas instalações, que "o combate à pobreza e exclusão social em Portugal deve ter em conta, sempre, as especificidades de cada território do país".

Segundo dados do relatório de 2024 "Pobreza e Exclusão Social em Portugal", do Observatório de Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa, em 2023 a taxa de risco de pobreza ou exclusão social manteve o valor face a 2022 (20,1%), mas foi acompanhada do aumento efetivo de 20 mil pessoas em situação de risco de pobreza ou exclusão social face ao ano anterior, cifrando-se em 2,1 milhões de pessoas.

A maior taxa de privação material e social severa do país verifica-se na Área Metropolitana de Lisboa, onde, em 2023, houve um acréscimo de 4,3 pontos percentuais na taxa de pobreza, de acordo com os mesmos dados.

De acordo com dados do Eurostat, Portugal era, em 2023, o 13.º país da União Europeia com maior taxa de risco de pobreza e exclusão social.

A EAPN Portugal, que há 30 anos faz trabalho de combate à pobreza e exclusão social em Lisboa, conta com um núcleo em cada distrito do país e um na Região Autónoma da Madeira.

Também em declarações à Lusa, o presidente da EAPN Portugal, Agostinho Jardim Moreira, explicou que as anteriores instalações se tornaram pequenas para uma organização que conta atualmente com sete técnicos.

"Estamos [agora] mais capacitados para não só estudar, acompanhar e apoiar as políticas, privadas e públicas, que se desenvolvem em Lisboa, [mas também] para responder aos desafios, às necessidades das suas populações mais carenciadas", disse.

Leia Também: Governo vai lançar dois programas para combater pobreza energética

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