"Seguimos junt@s". Control remove publicação após acusações de transfobia

Perante as críticas, a marca conhecida pelo marketing provocatório eliminou a publicação e emitiu um comunicado, no qual admitia que "o limite do humor é um limbo de sensibilidades".

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© Reprodução/Control

Daniela Filipe
13/11/2024 14:20 ‧ há 2 semanas por Daniela Filipe

País

LGBTQ+

A marca de preservativos Control removeu, na terça-feira, uma publicação divulgada no dia anterior, após ter sido acusada de transfobia. É que, na imagem agora eliminada, surgia uma castanha meio descascada, a propósito do Dia de São Martinho, na qual se lia: "O pior é quando a descascas e vês que tem minhoca."

 

"As pessoas no Facebook a rir de um post extremamente problemático", denunciou uma utilizadora da rede social X (Twitter), na terça-feira.

Confrontada por outros internautas, que atiraram que "nem [dormiriam]" naquela noite, a utilizadora replicou que "várias pessoas trans (amigas e desconhecidas) que levam com a consequência da perpetuação destas ‘piadas’ estão a dormir para sempre", numa referência aos crimes de ódio cometidos contra a comunidade LGBTQ+ que, muitas vezes, resultam em homicídios.

Perante as críticas, a marca conhecida pelo marketing provocatório eliminou a publicação e emitiu um comunicado, no qual admitia que "o limite do humor é um limbo de sensibilidades".

"O post da castanha teve graça para muitos, mas ofendeu outros tantos e esse é obviamente o nosso limite. Agradecemos por isso a tod@s. Aos que sorriram e elogiaram, mas mais ainda aos que nos chamaram à razão. Seguimos junt@s! Love u", complementou.

Ainda assim, vários foram os internautas que contestaram a decisão da marca, tendo questionado quem é que a publicação ofendeu.

"Ofendeu quem?? As minhocas?", lê-se.

"Medo pelas pessoas ofendidas. Deve ser triste não ter humor. Vidas tristes essas", escreveu outro.

Saliente-se que, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pela Transgender Europe (TGEU), 350 pessoas transgénero foram assassinadas entre 1 de outubro de 2023 e 30 de setembro de 2024 a nível mundial.

"Este ano, o número total de homicídios registados ultrapassou os cinco mil casos desde que a TGEU iniciou a monitorização em 2008. Em consonância com os anos anteriores, 94% dos assassinatos registados foram femicídios, ou seja, as vítimas eram mulheres trans", lê-se.

A entidade salientou, por isso, que "os assassinatos de pessoas trans continuam a registar níveis alarmantes, à medida que os sentimentos anti-direitos se espalham e os movimentos transfóbicos se impõem em todo o mundo".

"As leis e políticas atuais não conseguem resolver o problema da violência contra as pessoas trans", lamentou.

Leia Também: Sarah McBride é a primeira transgénero a ser eleita para o Congresso

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