Na primeira sessão do julgamento, que decorreu hoje no Tribunal do Funchal, o arguido, de 42 anos, confessou ter cometido o crime, embora rejeitando alguns dos detalhes descritos na acusação do Ministério Público (MP).
Na manhã de 12 de janeiro, o arguido, de rosto coberto e com uma máscara, entrou numa agência da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no centro da cidade de Câmara de Lobos, concelho contíguo a oeste do Funchal, empunhando uma suposta arma de fogo.
Segundo a acusação do MP, lida pela presidente do coletivo de juízes, Joana Dias, o assaltante ameaçou funcionários e utentes e depois fugiu com 214.965 euros para parte incerta.
O arguido atuou "fazendo uso de uma arma de fogo ou pelo menos de um objeto que tinha a aparência de uma arma de fogo", com o objetivo de dificultar uma reação dos funcionários e "anunciando que lhes faria mal caso não atuassem da forma que lhes ordenou", de acordo com a acusação.
O homem está acusado de um crime de roubo qualificado, três crimes de sequestro qualificado em concurso aparente e três crimes de sequestro em concurso real, dois dos quais qualificados, indicou a juíza Joana Dias.
O homem foi detido pela PJ cinco dias após o crime, em 17 de janeiro, depois de ter sido referenciada a viatura que utilizou no assalto, informou aquela polícia na altura.
A PJ fez buscas na casa do suspeito e recuperou cerca de 208 mil euros.
Em 19 de janeiro, depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judicial, o arguido foi sujeito à medida de coação de prisão preventiva, a mais gravosa.
Perante o coletivo de juízes, o homem afirmou hoje que não planeou o crime e que queria ter-se matado nesse dia, mas não conseguiu.
De voz embargada e a chorar, disse ainda que "estava desesperado porque ia ficar sem trabalho" e que os filhos encontravam-se doentes e não tinha dinheiro para ir ao médico.
Segundo o arguido, a arma utilizada era uma pistola de água.
O homem pediu ainda desculpa à instituição bancária e às pessoas envolvidas no assalto.
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