O Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar 2024, promovido pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) e que é hoje divulgado, indica que 93,1% dos hospitais considera que as ruturas são "um problema grave que afeta todo o tipo de medicamentos", mas a maioria tem medidas que mitigam o efeito destas falhas.
Entre as medidas estão a procura de medicamentos em outras instituições hospitalares, os pedidos de Autorização de Utilização Excecional (AUE) para outros fármacos, a solicitação de parecer sobre alternativas terapêuticas à Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, a elaboração de novos pedidos aos distribuidores e a comunicação com o Infarmed.
"Sempre tivemos uma enorme percentagem de hospitais com ruturas (...) por razões diversas: ou porque há quedas na produção, ou porque há interrupções temporárias da produção de algum medicamento", disse à Lusa o presidente da APAH, Xavier Barreto, acrescentando que "sempre foram resolvidas".
Os dados recolhidos dizem que para 37,9% as ruturas afetam essencialmente os medicamentos genéricos e mais de metade (55,1%) diz que abrangem todos os fármacos.
Em quase metade dos hospitais que responderam a rutura acontece diariamente, em 24,1% todas as semanas e em 13,8% é mensal.
Xavier Barreto chamou ainda a atenção para a importância de explicar que as ruturas são resolvidas pelos hospitais para não terem consequências para os doentes.
"Preferíamos não ter [ruturas], pois quando temos obrigamos os profissionais a trabalho adicional, têm de telefonar para colegas de outros hospitais e perguntar se lhes podem emprestar um determinado medicamento até conseguirem comprar, têm que muitas vezes recorrer a alternativas terapêuticas ou outros medicamentos para suprir aquela falha. Mas isto sempre aconteceu", acrescentou.
O Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar 2024 foi elaborado com dados recolhidos entre 15 de julho e 30 de setembro nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e teve 69% de taxa de resposta.
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