"Portugal condena as declarações do ministro Smotrich a favor da anexação da Cisjordânia por Israel. Estas afirmações violam o direito internacional e ignoram os direitos do povo palestiniano", lê-se numa mensagem publicada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português na rede social X.
Na passada segunda-feira, numa reunião do Partido Sionista Religioso, Bezalel Smotrich disse que tanto a Faixa de Gaza como a Cisjordânia serão "para sempre retiradas" aos palestinianos, na sequência da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.
"Estávamos a um passo de implementar a soberania sobre os colonatos na Judeia e Samaria (Cisjordânia), e agora chegou o momento de o fazer", disse Smotrich, que é também ministro-adjunto do Ministério da Defesa, responsável pelos assuntos civis na Cisjordânia ocupada, em declarações aos membros da coligação ultranacionalista, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
No final de maio, o exército israelita entregou poderes legais significativos na Cisjordânia ocupada a funcionários dos colonos liderados por Smotrich, numa ação que vários especialistas jurídicos descreveram como uma anexação "de facto", já que o objetivo final passa pelo controlo direto dos territórios palestinianos pelo Governo israelita.
Smotrich -- que reside num colonato na Cisjordânia - afirmou também ter dado instruções à divisão de administração de colonatos do Ministério da Defesa e à administração civil do exército israelita na Cisjordânia para darem início à preparação das infraestruturas necessárias para ocupar a Cisjordânia.
Este ano já registou um recorde apropriação de terras palestinianas, após Israel declarar mais de 2.300 hectares na Cisjordânia ocupada como terras do Estado, um mecanismo que utiliza, juntamente com a designação de reservas naturais e áreas de treino militar, para expulsar mais palestinianos e controlar o território.
Israel tomou o controlo da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias de 1967 e, desde então, tem mantido uma ocupação militar deste território palestiniano.
O Governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, promove uma política de expansão dos colonatos através do Conselho de Colonização de Israel, que é apoiado pelo exército no terreno.
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