O Metropolitano de Lisboa vigiava, desde 2022, a atividade nas redes sociais de três ativistas que são contra a construção no Jardim da Parada da estação de Campo de Ourique, inserida no plano de expansão da Linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara. As visadas já apresentaram queixa à Comissão Nacional de Proteção de Dados e tencionam fazê-lo também junto do Ministério Público.
As três ativistas são membros do Movimento Salvar o Jardim da Parada, criado com o propósito de contestar o traçado previsto para a obra.
Conforme avançado na terça-feira pelo pelo jornal Público, a ação de monitorização das ativistas por parte do Metropolitano consta no plano de comunicação deste projeto, no qual a contestação dos grupos de ativistas ao traçado e impacto previsto são considerados como "ameaças", no âmbito de uma análise comparativa.
Contudo, questionado entretanto pela agência Lusa, a empresa negou "categoricamente a existência de qualquer tipo de vigilância indevida ou ilícita às redes sociais de qualquer parte interessada" no projeto de prolongamento da linha Vermelha até Alcântara.
"O que está em causa é, tão somente, o normal acompanhamento e a análise das referências públicas feitas ao referido projeto de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa, na comunicação social e nas redes sociais, por todas as partes interessadas, incluindo cidadãos e grupos de cidadãos, em particular os que mais têm contribuído para o debate público sobre este empreendimento", argumentou.
O Movimento Salvar o Jardim da Parada é, de acordo com o seu site, um grupo de cidadãos que luta pela preservação e integridade do Jardim da Parada. "Este espaço verde de características únicas está apontado como local para a instalação do Estaleiro para a construção da estação de metro de Campo de Ourique", lê-se.
O financiamento do PRR prevê um investimento no metro de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta (metro ligeiro de superfície), que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.
Já a linha Circular, prevista inaugurar no segundo semestre de 2025, vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede e duas novas estações (Estrela e Santos), unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa.
Além da construção de duas novas estações será remodelada a estação existente no Cais do Sodré.
O investimento previsto na construção desta linha é de 331 milhões de euros.
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