Cruz Vermelha acompanhou até junho quase tantas vítimas como em 2023

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) acompanhou quase tantas vítimas de violência doméstica nos primeiros seis meses de 2024 como em todo o ano de 2023, revela hoje a instituição, que apresenta a iniciativa "Quebra o Silêncio".

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© Christopher Furlong/Getty Images

Lusa
25/11/2024 14:09 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Violência doméstica

Em comunicado, a CVP revela que, entre janeiro e junho deste ano, já acompanhou 1.339 pessoas vítimas de violência doméstica, um número muito próximo das 1.655 acompanhadas no total de meses de 2023.

 

A instituição refere que, tendo em conta que hoje se assinala o Dia Internacional pela Erradicação da Violência contra as Mulheres, lança a iniciativa "Quebra o Silêncio", cujo objetivo é "dar voz àquelas que se encontram em silêncio e proporcionar apoio eficaz às vítimas".

É também objetivo da iniciativa sensibilizar a sociedade para a gravidade do problema e a CVP adianta que aposta tanto na ação como na prevenção, "ao acolher mais de 600 vítimas e filhos menores".

"Em 2023, foram acompanhadas 1.655 pessoas, das quais 269 eram crianças e jovens, no âmbito das Respostas de Apoio Psicológico (RAP). Adicionalmente, mais de 6.000 vítimas receberam assistência através de serviços de teleassistência, e 2.073 vítimas foram transportadas para espaços de segurança", lê-se no comunicado.

Acrescenta que "as 12 estruturas de Atendimento e Acompanhamento, sete Casas de Acolhimento de Emergência e uma Casa Abrigo têm sido fundamentais na prestação de suporte emocional, jurídico e psicossocial a milhares de vítimas e às suas famílias".

Para a instituição, os números revelam "um amento considerável na procura por apoio e uma crescente necessidade de intervenção", enquanto o presidente da CVP, citado no comunicado, diz tratarem-se de "números alarmantes e respostas decisivas".

"Combater a violência é um compromisso que exige esforço contínuo e colaboração de toda a sociedade. Na Cruz Vermelha, trabalhamos para proteger, apoiar e capacitar as vítimas, assegurando que encontram segurança, cuidado e a oportunidade de reconstruir as suas vidas com dignidade", assegura António Saraiva.

A CVP refere ainda que no decorrer de 2024 continuou a apostar em ações de sensibilização, destacando a app "Play4Equality", para sensibilizar adolescentes para a igualdade de género e o combate à violência no namoro e ao tráfico de seres humanos.

Leia Também: Violência sobre mulheres é mais sexual fora de casa e psicológica em casa

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