Montenegro promete valorizar formação profissional "sem estigmas"

O primeiro-ministro prometeu hoje que o Governo vai continuar a valorizar "sem estigmas e complexos" a formação profissional e a via do ensino profissional, defendendo que o país precisa tanto de bons médicos como de bons cabeleireiros.

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Lusa
27/11/2024 13:43 ‧ há 2 horas por Lusa

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Numa cerimónia na residência oficial, em São Bento, onde recebeu cerca de duas dezenas jovens premiados em competições internacionais que distinguem a formação profissional em várias áreas, Luís Montenegro defendeu que "um país justo e equilibrado, desenvolvido economicamente" precisa de todas as áreas de formação e que "os bons executantes devem ter um retorno do seu trabalho igual, independentemente do grau de formação ou da dimensão académica desse grau".

 

"Porque para o país é tão importante ter bons profissionais liberais, bons médicos, bons engenheiros, como é importante ter bons cabeleireiros ou cabeleireiras, ter bons profissionais na área do turismo - uma área de atividade económica que hoje é crucial na nossa realidade social e económica - bons soldadores, bons serralheiros, bons carpinteiros, bons eletricistas, tudo isso constrói a capacidade de criar, de fazer, de executar", afirmou.

Numa cerimónia em que esteve também presente a ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, o chefe do Governo assegurou que o executivo vai continuar a valorizar "sem estigmas, sem nenhum complexo, nem ideológico, nem social" a formação profissional e a via do ensino profissional como uma via importante para o desenvolvimento económico e o desenvolvimento humano.

"Nós nem compreendemos muito bem como é que se pode ter hesitação neste caminho. Espero bem que, no futuro, naqueles que seguirão a nós, esta cultura e esta mentalidade façam um caminho de afirmação e que não voltemos a ter hesitações nem curvas e contracurvas na estrada. Que a estrada seja uma linha reta", desejou.

Montenegro felicitou os jovens presentes -- todos de blazer e ténis vermelhos, uma espécie de seleção nacional distinguida nas duas últimas edições do "Campeonato das Profissões" em áreas como a estética, restauração, joalharia ou desenho gráfico - dizendo querer "um país onde cada um possa fazer na vida aquilo que quer".

O primeiro-ministro salientou que outros países, com quem Portugal compete, não subestimam o ensino profissional, que considerou essencial "numa Europa que se quer reindustrializar" e precisa de competir "com outros blocos comerciais muito agressivos, como os Estados Unidos da América, a China, o Sudeste Asiático ou a Índia".

"Nós temos de premiar o exemplo, premiar a excelência, premiar o resultado. É por isso que nós temos, de facto, muito orgulho naquilo que vocês fizeram em nome de Portugal, num âmbito de uma concorrência muito grande, poderem demonstrar que nós fazemos tão bem como os outros e, em muitos casos, melhor do que os outros", disse.

Os "campeonatos das profissões" -- dirigidos a jovens entre os 17 e os 25 anos, nas modalidades de educação e formação profissionais - realizam-se desde 1950 e Portugal já conquistou cerca de 300 medalhas em mais de sete décadas de participações.

Na cerimónia, onde esteve também a embaixadora nacional da iniciativa, a apresentadora televisiva Fátima Lopes, a ministra do Trabalho enumerou algumas medidas do executivo na área da formação profissional.

"Reformulámos alguns programas existentes, procurando adequar melhor os estágios profissionais à transição para o emprego, aumentando os valores das bolsas mensais dos estágios e, em conformidade com as mais recentes orientações europeias, procurando reduzir como média a duração dos estágios para seis meses", disse, estabelecendo como meta apoiar 21.500 novos estágios e 22.500 mil novas contratações.

Leia Também: Ventura acusa Montenegro de fazer "número político" em torno das pensões

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