"Não há falta de financiamento, há é falta de capacidade para o executar"

Ministro da Educação afirmou, esta segunda-feira, que "o grande desafio do país [neste momento] é executar o PRR".

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© Miguel Pereira/Global Imagens

Notícias ao Minuto
02/12/2024 11:07 ‧ há 2 horas por Notícias ao Minuto

País

Educação

O ministro da Educação vai inaugurar, esta segunda-feira, três centros tecnológicos especializados. Durante o primeiro lançamento, em Tondela, Fernando Alexandre explicou aos jornalistas que "o grande desafio [neste momento] do país é executar o PRR".

 

"Não há falta de financiamento para investimento, o que tem havido é alguma falta de capacidade de executar o investimento", salientou, acrescentando que, "no caso das escolas profissionais, esta é uma oportunidade única e o objetivo é mesmo executar esses fundos que estão disponíveis e estão à espera de execução", relatando alguns "atrasos" que têm de ser resolvidos "rapidamente".

Mais de mil professores colocados em escolas carenciadas

Sobre a colocação de professores em escolas de zonas carenciadas, o governante realçou que "ficamos com mais mil professores colocados que estavam numa situação precária e que ficaram com vínculos às escolas que eram precárias".

"Isto quer dizer que nas escolas para as quais direcionamos este concurso temos agora professores com vínculo, o que dá outra estabilidade ao corpo docente. Tornamos esses lugares mais atraentes para professores com habilitação própria. Temos mais de 200 lugares, quase 300, que estão preenchidos nestas escolas que era consideradas precárias", disse, lembrando que isso faz com que "milhares e milhares de alunos que estavam sem aulas passaram a ter aulas".

Recorde-se que, no sábado, Fernando Alexandre adiantou que mais de mil professores foram colocados em escolas de zonas carenciadas no âmbito do concurso externo extraordinário, depois de fechadas pela Direção-Geral da Administração Escolar as listas de colocação de mobilidade interna.

Do universo de 1.094 docentes com horários atribuídos na mobilidade interna, "há 829 que vão manter-se nas escolas onde já se encontravam a exercer funções como contratados, tendo tido a possibilidade de manifestar essa intenção, assegurando a continuidade pedagógica dos seus alunos", refere informação divulgada pelo MECI.

No domingo, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou que o concurso extraordinário teve um impacto residual no objetivo de responder à falta de docentes, alegando que só 265 professores foram colocados em escolas em que não se encontravam.

De acordo com a federação sindical, se 829 docentes se mantiveram nas escolas onde já se encontravam a dar aulas, isso quer dizer que "só 265 terão preenchido outras necessidades".

"Sim, mas vincularam. Identificámos as necessidades no início de setembro, depois de termos os resultados do concurso nacional. Felizmente, não estivemos à espera deste concurso para preencher essas vagas, elas foram sendo preenchidas com o trabalho dos diretores, com a contratação por escola, com reservas de recrutamento", reagiu hoje o ministro.

Fernando Alexandre disse que foram abertas 2.309 vagas, mas que ficar à espera deste concurso para as preencher seria "um problema".

"Nestas escolas, onde mais de mil professores vincularam, tem sido nos últimos anos muito difícil atrair professores de uma forma estrutural", lembrou o governante, acrescentando que tem havido, e continuam a haver, "demasiados alunos sem aulas durante demasiado tempo".

Por isso, frisou que o concurso "foi mais um passo no sentido de resolver este problema estrutural".

"Nós não temos aqui uma bala de prata, uma solução mágica para o problema. O que nós temos é um conjunto de medidas que estão a ser implementadas, avaliadas. Aquelas que funcionam vamos reforçá-las, as que não funcionarem vamos deixá-las cair e estamos sempre aberto a medidas novas", assegurou, afirmando que as medidas tomadas pelo governo "estão a funcionar".

"Aplicámos em poucos meses 17 medidas e todas elas com níveis diferentes estão a produzir efeitos. Nós estamos a garantir que milhares e milhares de alunos que estavam sem aulas passaram a ter aulas", afirmou, considerando que, mesmo que fossem só 300 professores, eles "dão aulas a milhares e milhares de alunos".

"Mas são muito mais do que isso, porque aqueles que já estavam a trabalhar foram contratados também entretanto", sublinhou.

Numa altura em que está quase a terminar o primeiro período do ano letivo, Fernando Alexandre considerou que "as escolas estão claramente com um espírito muito diferente daquilo que aconteceu nos últimos anos".

"As escolas estão tranquilas, os professores estão focados no seu trabalho. Não vemos os professores na rua, estão na escola e motivados. Continuamos obviamente a ter muitos problemas no pessoal não docente, que perturbou este ano letivo", lamentou, acrescentando que está a ser preparada uma proposta para apresentar esta semana à Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Leia Também: Concurso extraordinário foi "insucesso" na redução da falta de docentes

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