O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, fez o primeiro balanço sobre os 400 mil pedidos de regularização de imigrantes que, em junho, estavam por resolver.
Numa entrevista conjunta dada à Renascença e ao Público, o governante garantiu que "houve um aumento enorme da capacidade de resposta do Estado" à "herança pesadíssima de uma ausência de política de imigração ou de escolhas profundamente erradas, como a de porta escancarada e o desmantelamento do SEF, que deixou o Estado paralisado".
Em seis meses, explicou Leitão Amaro, o Estado multiplicou "por seis a sua capacidade de atendimento". Antes, eram atendidos 800 imigrantes por dia na AIMA, hoje "o Estado está a atender 5 mil por dia", o que faz com que "113 mil pessoas já tenham os seus processos de regularização a andar".
Durante este tempo, notou ainda o braço direito de Luís Montenegro, além dos 113 mil processos que estão em andamento, a AIMA analisou outros "108 mil" que acabaram notificados "para a rejeição"
"Isto é muito importante para os cidadãos estrangeiros que estavam cá numa situação indigna, porque não tinham papéis, o acesso à habitação e acesso ao mercado de trabalho estava profundamente prejudicado, portanto, tinham as suas vidas suspensas, mas também é muito importante para os portugueses", disse, realçando, contudo, que "não há associação entre este aumento da imigração e os níveis de criminalidade" e que, em 2023, aliás, "os cidadãos estrangeiros contribuíram para a segurança social 2600 milhões de euros e receberam prestações de 400 milhões".
Sobre o pedido do Presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, António Vitorio, para o Governo ter mais "ousadia" na proteção e legislação dos imigrantes, Leitão Amaro revelou que "há reuniões com as confederações patronais para regular um regime de migração" já na próxima semana exatamente sobre isso. O Governo quer que as entidades empregadoras assegurem aos imigrantes não só o "vínculo laboral", como "condições de alojamento e na formação profissional".
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