O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, deu conta de que as conversações com os bombeiros sapadores foram suspensas e não estão a ser realizados contactos para as retomar, na sequência do protesto levado a cabo pelos socorristas, que reivindicam aumentos salariais.
"As negociações estão suspensas e foram suspensas pelo Governo. Porquê? Porque o Governo não negoceia nas condições que foram verificadas na terça-feira, no momento em que o Governo estava à mesa das negociações com os sindicados representantes. As negociações estão suspensas e não estão a ser feitos contactos para as reatar", disse, salientando que o Executivo "está a avaliar a situação".
Leitão Amaro salientou ainda que o Governo está a fazer "um esforço muito significativo" e está "verdadeiramente empenhado num diálogo efetivo, com ganhos efetivos", durante o briefing do Conselho de Ministros desta quinta-feira.
"Por isso, é mais incompreensível ainda a atitude a que assistimos na terça-feira", complementou.
220 milhões para meios aéreos para combate a incêndios
O responsável anunciou ainda que o Governo aprovou, em Conselho de Ministros, a despesa de 220 milhões de euros em meios aéreos para combate a incêndios.
Esta decisão "completa a aquisição de meios aéreos de combate a incêndios para os próximos quatro anos", adiantou o responsável, durante o briefing à imprensa.
Depois de um "primeiro lote de meios, com um valor de 136 milhões de euros", o Executivo aprovou "o restante, [com] uma despesa maior, porque são quatro anos, de 220 milhões de euros", que será concretizado a partir do próximo ano.
"É uma escolha feita pelo Governo baseada num princípio de prevenção, de redução do risco e de elevar a capacidade de meios aéreos disponíveis. Poderia existir outras opções, designadamente relativamente a este lote dois, e a opção que fizemos foi uma despesa que garantisse um dispositivo de combate a incêndios forte, seguro e que garantisse as necessidades e minimizasse o risco", justificou.
Recorde-se que, na terça-feira, a reunião negocial entre sindicatos representativos dos bombeiros sapadores e o Governo foi suspensa pelo Executivo, que alegou falta de condições de segurança. Isto porque, do lado de fora do edifício, cerca de três centenas de bombeiros protestavam lançando petardos e gritando palavras de ordem.
Após a suspensão da reunião, o presidente do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP), Ricardo Cunha, acusou o Executivo de ter usado a alegada falta de segurança da manifestação "como pretexto" para romper as negociações e "diabolizar os bombeiros".
"A partir de agora todas as formas de luta serão ponderadas", afirmou Leonel Mateus, vice-presidente do SNBS, em declarações à Lusa.
[Notícia atualizada às 15h42]
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