"A nossa força está na unidade", afirmou Dick Schoof, num almoço de trabalho com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com os reis dos Países Baixos, Willem-Alexander e Máxima, no museu Mauritshuis, na cidade de Haia, sede do poder judicial, do Governo, das duas câmaras e das embaixadas.
Numa intervenção em inglês, Dick Schoof começou por falar do passado, recordando que Portugal e os Países Baixos estabeleceram relações diplomáticas no século XVII e que muito antes já havia relações comerciais entre os respetivos povos.
"Ao longo dos séculos, a ligação entre as nossas duas nações marítimas tornou-se cada vez mais forte. Hoje, claro, Portugal e os Países Baixos também estão ligados de muitas outras formas. Temos contactos interpessoais em todo o tipo de áreas, do comércio e energia à cultura e turismo. E, politicamente, os nossos países são parceiros na União Europeia e aliados da NATO há décadas", referiu.
Dick Schoof defendeu que "isso hoje é mais importante do que nunca".
"Nestes tempos de incerteza, com uma guerra na Ucrânia e mudanças geopolíticas a ocorrer à velocidade da luz, a nossa força está na unidade", afirmou o primeiro-ministro neerlandês.
"O meu Governo valoriza muito estes esforços conjuntos, e a sua visita ao nosso país mostra que o sentimento é mútuo", acrescentou.
A seguir, Dick Schoof propôs um brinde "à amizade" entre Portugal e os Países Baixos, ao "passado partilhado" e ao "trabalho conjunto por um futuro próspero e pacífico".
Hoje é o último dia da visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa aos Países Baixos, a convite dos reis Willem-Alexander e Máxima, que começou oficialmente na terça-feira, em Amesterdão, capital constitucional do país.
Dick Schoof, independente, ex-trabalhista, que chefiou os serviços de informações neerlandeses, lidera um Governo de coligação entre quatro partidos à direita, formado na sequência das legislativas de novembro de 2023.
A coligação é formada pelo Partido da Liberdade (PVV), de extrema-direita, liderado Geert Wilders, a força mais votada nas eleições, pelo Partido Popular pela Liberdade e a Democracia (VVD), partido liberal do ex-primeiro-ministro Mark Rutte, pelo Novo Contrato Social (NSC) e pelo Movimento de Agricultores e Cidadãos (BBB).
Nas negociações para a formação do Governo, os líderes destes quatro partidos acordaram que nenhum deles seria primeiro-ministro.
O anterior primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, assumiu em outubro deste ano o cargo de secretário-geral da NATO.
Leia Também: Marcelo Rebelo de Sousa termina hoje visita de Estado aos Países Baixos