"Na segunda-feira está prevista uma reunião com o governo e a direção da AIMA ainda não nos respondeu sequer", afirmou à Lusa Manuela Niza, salientando que o STM irá requerer uma carreira especial para os profissionais que lidam com as questões migratórias no Estado.
Segundo Manuela Niza, há uma especificidade de funções que não se resume apenas aos funcionários da AIMA, mas que inclui "associações e mediadores culturais, bem como outros organismos que também tratam de questões de migração, nomeadamente o Ministério dos Negócios Estrangeiros".
Para a dirigente sindical, "há uma série de técnicos de migração que deveriam ser considerados para uma carreira especial", tendo em conta que as migrações são um "tema premente que exige especialização".
A AIMA, criada há um ano, ainda não recebeu os pedidos de reunião por parte do sindicato, o último feito em outubro, algo que Manuela Niza disse não compreender.
"Não se entende isto. Por muito que tentemos, não somos ouvidos. Ao menos o governo atendeu-nos e vamos ser recebidos", disse.
Em carta enviada à direção da AIMA, o sindicato insistiu na "marcação com caráter de urgência de uma reunião", acusando a direção de "falta de diálogo, que constitui um entrave ao direito ao associativismo sindical".
No caderno reivindicativo, o STM pede a correção de falhas na atribuição de abonos, a reposição de subsídios, critica a "forma como estão a ser mobilizados os meios" para a estrutura de missão que está a resolver os processos pendentes de imigrantes e pede reforço de meios.
"Hoje vive-se na AIMA um perfeito caos, porque as pessoas sentem-se extraordinariamente afogadas em trabalho e não são recompensadas ou reconhecidas", num contexto em que os recursos humanos são insuficientes, adiantou Manuela Niza.
"No antigo SEF [Serviço de Estrangeiros e Fronteiras], éramos 700 funcionários não policiais e neste momento as últimas contas não dão sequer 500, mesmo num contexto em que a AIMA herdou os quadros também do antigo Alto Comissariado para as Migrações (ACM)", explicou.
O afluxo de pedidos, os atrasos nos processos e a saída de muitos quadros criaram um "clima completamente tóxico, porque se degradou um serviço que já foi da excelência", acrescentou Manuela Niza.
A Agência Lusa tentou obter um comentário sobre a falta de resposta a uma reunião com o sindicato por parte da AIMA e aguarda resposta.
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