Em declarações hoje à Lusa, o presidente da Câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, disse que a maior parte das candidaturas entregues (162) são do regime simplificado, até ao valor máximo de 6.000 euros, num valor global de cerca de 990 mil euros.
O autarca referiu ainda que houve 16 candidaturas ao Plano de Desenvolvimento Rural 2020, para prejuízos superiores a 6.000 euros, com um valor global de 2,1 milhões de euros.
No que diz respeito às casas, foram apresentadas três candidaturas, mas só duas é que foram consideradas elegíveis, uma vez que, como explicou Pedro Lobo, uma das casas estava arrendada, portanto não foi considerada primeira habitação.
"Todas as outras casas que sofreram danos o seguro foi cobrindo e as pessoas não apresentaram a candidatura", adiantou.
Neste momento, segundo o presidente da Câmara, está a decorrer o processo de candidaturas para que as empresas possam ser ressarcidas dos seus prejuízos, havendo uma primeira listagem de 20 empresas no concelho.
"O prejuízo estimado de todas as empresas é de cerca de 10 milhões de euros, sendo que a empresa que sofreu mais danos no país é uma empresa de Sever de Vouga, localizada na freguesia de Talhadas, com 4,6 milhões de euros", disse Pedro Lobo.
O autarca referiu ainda que os empresários têm manifestado alguma preocupação relativamente aos prazos para a submissão das candidaturas, que termina a 28 de fevereiro.
"Há empresas que perderam efetivamente tudo e não será fácil até essa data terem os projetos de arquitetura e os projetos de especialidades completamente concluídos", explicou o autarca, adiantando que já transmitiu essa preocupação ao ministro da Coesão Territorial.
Quanto aos prejuízos em equipamentos e infraestruturas municipais, a autarquia apresentou uma candidatura no valor de 3,5 milhões de euros que foi aprovada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).
Entre os maiores prejuízos nos equipamentos e infraestruturas municipais destaca-se a Ecopista, que tem que ser toda reparada, e a Estrada Nacional 16, que liga Aveiro a Vilar Formoso.
O incêndio em Sever do Vouga consumiu uma área florestal de 4.500 hectares e causou prejuízos de 18 milhões de euros, de acordo com o mapa de inventariação e valorização de danos e perdas enviado à CCDRC.
Mais de metade deste valor, cerca de 10 milhões de euros, está relacionado com os danos sofridos por 26 empresas, onde se inclui o custo de reposição e o valor estimado da perda de rendimento.
Ao nível das habitações, registaram-se danos em 19 casas e anexos, totalizando um prejuízo de cerca de 290 mil euros.
Na agricultura, foram contabilizadas perdas na ordem dos 2,5 milhões de euros, incluindo armazéns e outras construções, animais, culturas permanentes e temporárias e máquinas e equipamentos.
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