Em reunião privada, o executivo municipal voltou hoje a votar a proposta do Livre "Zero Mortes nas Ruas de Lisboa", uma vez que na anterior reunião de 11 de dezembro ficou a faltar a votação na globalidade após este documento ter reunido mais apoio do que a iniciativa da liderança PSD/CDS-PP, que ficou prejudicada.
Em votação final global, a proposta do Livre foi viabilizada com sete votos contra da liderança PSD/CDS-PP e 10 votos a favor da oposição, nomeadamente três do PS, três dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.
Intitulada "Zero mortes nas ruas de Lisboa", a proposta do Livre foi apresentada em setembro na sequência dos "violentos atropelamentos mortais" registados no eixo Avenida das Forças Armadas -- Avenida Estados Unidos da América.
Entre as principais medidas propostas pelo Livre está a criação de uma equipa multidisciplinar para analisar os acidentes com feridos graves e mortes, com a missão de propor medidas temporárias de acalmia de tráfego, implementáveis logo após um acidente grave, bem como soluções de longo prazo para reabilitação urbana e reperfilamento viário focada na segurança dos utilizadores vulneráveis, acessibilidade pedonal e qualidade do espaço público.
Outras das medidas passam pela "redução imediata das velocidades no eixo Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América", com instalação prioritária de radares de sinal vermelho e velocidade nos locais onde ocorreram atropelamentos mortais; e pela reformulação do espaço público para a criação de corredores multimodais, dando prioridade à segurança pedonal, ciclovias, transporte público e com alinhamentos arbóreos.
A proposta do Livre prevê ainda a revisão de projetos de urbanização na área de Entrecampos, para incluir intervenções que melhorem a segurança rodoviária e pedonal, assim como a "redução dos limites de velocidade em toda a cidade".
Da parte da liderança PSD/CDS-PP, a proposta sugeria reconhecer o compromisso com a segurança rodoviária, com a câmara a reafirmar a prioridade da segurança rodoviária em toda a cidade, nomeadamente no eixo Avenida das Forças Armadas - Avenida Estados Unidos da América, "com enfoque na proteção dos utilizadores mais vulneráveis e na redução da sinistralidade".
O reforço do grupo de trabalho para análise da sinistralidade rodoviária da cidade, "o qual deve continuar como uma equipa multidisciplinar para estudar os contornos dos acidentes graves e propor soluções de aplicação de curto e de longo prazo, priorizando a sua implementação e definindo prazos-objetivo após a ocorrência de um sinistro", foi outra das medidas propostas de PSD/CDS-PP.
O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) - que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.
Leia Também: Há 123 radares de velocidade em Portugal. Onde estão todos?