Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado, esta manhã, sobre a operação policial levada a cabo no Martim Moniz, esta quinta-feira, e que tem gerado algumas críticas devido ao aparato que gerou.
O chefe de Estado começou por salientar que ainda não tinha visto as imagens do sucedido, dado que se encontrava em Cabo Verde, e defendeu que só depois de se pôr a par poderá dar um parecer aprofundado sobre a situação.
Porém, lembrando que "a segurança é muito importante para a estabilidade" do país, defendeu que esta "deve ser exercida respeitando as regras constitucionais e legais" e deve decorrer "sem risco de se considerar que a publicidade ou a cobertura dos acontecimentos retire o significado e caráter pedagógico dessa intervenção".
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que a "segurança obriga a uma operação deste tipo", porém defendeu que este tipo de investigações devem ser feitas "com recato".
"Em princípio, tem de ser conforme a lei, com o objetivo de garantir a segurança dos cidadãos, cumprindo mandatos judiciais, e que deve ser feito com recato", indicou.
Uma operação policial na quinta-feira, no Martim Moniz, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.
O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.
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