A Polícia de Segurança Pública (PSP) esclareceu, esta segunda-feira, que não foram "identificados indícios da prática de crime" na morte de Couto dos Santos, pelo que não foi ativada a Polícia Judiciária (PJ) para o local, e que, contrariamente ao inicialmente noticiado, não foi esvaziado o lago onde o corpo do antigo ministro foi encontrado.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o Comando Metropolitano do Porto da PSP esclarece que a força de segurança foi acionada pelas 11h00 para o campo de golfe, onde se "encontrava uma pessoa sem reação caída num lago ali existente".
À chegada da PSP ao local," já ali se encontrava uma equipa do INEM, assim como da Proteção Civil de Matosinhos e uma equipa dos Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta".
"O alerta terá sido dado por outros jogadores quando chegaram ao ponto do circuito onde se encontrava o corpo", revela a PSP.
A força de segurança esclarece ainda que "não foi acionada a PJ", contrariamente ao que foi inicialmente noticiado, "por não terem sido identificados indícios da prática de crime, aguardando-se que as causas da sua morte venham a ser apuradas em contexto médico legal". Além disso, não foi "esvaziado o lago".
Recorde-se que fontes dos Bombeiros de São Mamede de Infesta e do PSD havia confirmado que o antigo ministro social-democrata António Couto dos Santos tinha sido encontrado a boiar num lago no Citygolf, na Senhora da Hora, em Matosinhos.
Segundo a fonte dos bombeiros, o corpo do antigo governante já seguiu para o Instituto de Medicina Legal do Porto.
Couto dos Santos, de 75 anos, foi por três vezes ministro de Aníbal Cavaco Silva, gerindo as pastas da Educação, Assuntos Parlamentares e da Juventude, tendo antes sido secretário de Estado da Juventude, Qualidade de Vida e Ambiente.
Couto dos Santos nasceu em 18 de maio de 1949, em Forjães, no concelho de Esposende, tendo feito o ensino secundário no Liceu Passos Manuel, em Lisboa e se licenciado em Engenharia Química no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.
O antigo governante foi também deputado pelos distritos de Setúbal (1987-1994) e de Aveiro (2009-2015), presidente do Conselho de Administração (CA) da Assembleia da República (2011-2015), presidente da Comissão Parlamentar de Saúde (2009-2011) e vice-presidente da mesma comissão (2011-2015).
A nível empresarial, esteve na Quimigal (1983-1985), foi presidente executivo da Associação Empresarial de Portugal (1995-2007), integrou o CA do Hospital da Amadora (1995-2003), presidiu à Casa da Música no Porto (2004-2005) e foi membro de diversos órgãos sociais na área dos media, comunicações, construção, energia e ambiente), tendo sido ainda consultor nas áreas de Energia, Ambiente e Saúde.
Couto dos Santos desempenhou ainda as funções de cônsul honorário da Rússia no Porto, tendo apresentado a sua recusa ao lugar em 26 de fevereiro de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
[Notícia atualizada às 18h53]
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