Do acumular de funções à demissão. Perceba a polémica com o CEO do SNS

O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida, terá acumulado funções incompatíveis durante mais de dois anos que lhe valeram mais de 200 mil euros. Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aceitou a demissão minutos depois de o próprio a solicitar.

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Cátia Carmo
18/01/2025 08:09 ‧ há 2 horas por Cátia Carmo

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O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d'Almeida, demitiu-se do cargo na sexta-feira à noite depois de a SIC Notícias divulgar uma investigação que denuncia a acumulação de salários indevidamente, antes de aceitar o convite do Governo para ser CEO do SNS.

 

Apesar de considerar que a reportagem tem "imprecisões e falsidades" que "lesam" o seu "bom nome", Gandra D’Almeida demitiu-se e o pedido foi aceite, poucos minutos depois, pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins. O novo CEO do SNS "será anunciado nos próximos dias", de acordo com a nota da tutela.

Na sequência da demissão, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) decidiu abrir um processo de inspeção ao caso que levou à demissão, avança o Público, que cita fonte oficial da entidade. O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a IGAS para confirmar esta informação, mas não obteve resposta até ao momento da publicação deste artigo.

IGAS vai investigar caso que levou à demissão de Gandra d'Almeida

IGAS vai investigar caso que levou à demissão de Gandra d'Almeida

Este é o segundo caso polémico no qual Gandra d'Almeida se vê envolvido e o segundo alvo de investigação pela IGAS.

Notícias ao Minuto com Lusa | 23:32 - 17/01/2025

Recorde-se que no final de 2024 António Gandra d'Almeida tinha estado envolvido numa outra polémica, que levou também à abertura de uma investigação por parte da IGAS. Em causa está uma denúncia anónima, na qual Gandra d'Almeida, que foi submetido a uma cirurgia plástica em outubro, foi acusado de desrespeitar as regras das listas de espera, no Hospital de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

As funções incompatíveis que valeram mais de 200 mil euros

Antes de assumir o cargo de diretor executivo do SNS, Gandra d’Almeida terá acumulado, durante mais de dois anos, funções de diretor da delegação regional Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão, tendo, alegadamente, recebido mais de 200 mil euros pelos turnos neste último cargo- com cada hora de trabalho a ser paga a 50 euros. Gandra d'Almeida terá conseguido que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento, dado que a acumulação destes dois cargos é, segundo a lei, incompatível.

Os contratos com os hospitais eram celebrados com uma empresa que Gandra d'Almeida criou com a mulher e da qual era gerente. Os documentos diziam que os serviços médicos seriam prestados pelo cirurgião geral nas unidades hospitalares, estando também estabelecido o valor por hora. 

Recorde-se que foi em maio de 2024 que o Governo anunciou que tinha escolhido o médico militar António Gandra D´Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor-executivo do SNS. A escolha viria a ser aprovada em Conselho de Ministros no mês seguinte. 

Especialista em cirurgia geral, Gandra d'Almeida foi diretor da delegação do Norte do INEM a partir de novembro de 2021. Já nas Forças Armadas, acumulou funções de chefia e de coordenação.

Leia Também: Da obstetrícia à pediatria: Eis as urgências fechadas hoje e domingo

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