O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, sublinhou esta terça-feira que a relação com os Estados Unidos "é fundamental para Portugal" e que o Governo, para já, não tem "nenhum indício" sobre qualquer operação de deportação de portugueses ilegais nos Estados Unidos.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros, através da secretaria de Estado das Comunidades, está sempre pronto para resolver as situações que venham a ocorrer. Sobre esse ponto de vista, sinceramente, não há nenhuma preocupação que indicie alarme. Será feito com todo o cuidado e diplomacia, mas não antecipo nenhuma crise desse ponto de vista", esclareceu Rangel, em declarações à RTP, no Parlamento.
O novo Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu na segunda-feira, no seu discurso de tomada de posse, que irá expulsar "milhões e milhões" de imigrantes ilegais, um dos principais focos da sua campanha eleitoral.
Entretanto, a nova equipa da Casa Branca já anunciou que o presidente Trump vai terminar com o mecanismo CBP One - uma aplicação móvel da era Biden que permitiu dar entrada legal a quase um milhão de imigrantes através de entrevistas 'online', autorizando os solicitantes de asilo e outros migrantes a agendar horários para se apresentarem em pontos de entrada na fronteira entre o México e os EUA.
No seu discurso de tomada de posse, o novo presidente norte-americano prometeu endurecer a luta contra a entrada de imigrantes ilegais e a deportação imediata de quem tentar entrar sem cumprir os requisitos para permanecer em território dos Estados Unidos.
O presidente do Chega, André Ventura, admitiu concordar com a deportação em massa de imigrantes em situação de irregularidade proposta pelo presidente norte-americano e que poderá incluir a expulsão de milhares de cidadãos portugueses.
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