Marcelo fez 153 deslocações ao estrangeiro e mais de 1.600 condecorações

Marcelo Rebelo de Sousa, eleito Presidente da República há nove anos, atribuiu até agora nos seus dois mandatos mais de 1.600 condecorações e fez 153 deslocações a países estrangeiros, das quais 20 foram visitas de Estado.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
23/01/2025 11:09 ‧ há 5 horas por Lusa

País

Presidente da República

O antigo comentador político e professor universitário de direito, entretanto jubilado, hoje com 76 anos, iniciou o primeiro mandato em 09 de março de 2016, com uma agenda intensa, que se tornou menos pesada nos últimos anos.

 

Marcelo Rebelo de Sousa mantém, porém, a opção de não divulgar oficialmente todas as iniciativas em que participa, o que impede uma reconstituição rigorosa da sua atividade, sobretudo em território nacional.

As idas ao estrangeiro são obrigatoriamente comunicadas à Assembleia da República, e é assim que, em regra, se tornam do conhecimento público.

Em oito anos e dez meses como Presidente da República, foi a 56 países diferentes, num total de 153 deslocações, das quais 20 foram visitas de Estado.

Esta contagem inclui todas as deslocações, divididas por país: visitas oficiais, posses e cerimónias fúnebres, cimeiras e reuniões internacionais, eventos desportivos e culturais, comemorações do Dia de Portugal e visitas a forças nacionais destacadas.

A sua última deslocação foi a Washington, para o funeral de Estado do antigo Presidente norte-americano Jimmy Carter, em 09 de janeiro.

Neste começo de ano, Marcelo Rebelo de Sousa manteve em aberto ir à posse de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique. Acabou por não ir e Portugal esteve representado em Maputo pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Em 2024, cancelou ou adiou várias deslocações ao estrangeiro: uma ida a Espanha, por causa dos incêndios em Portugal, uma visita de Estado à Estónia e a participação numa reunião do Grupo de Arraiolos, na Polónia, invocando as negociações orçamentais em curso, e ainda um encontro de trabalho com o Presidente irlandês, Michael Higgins, em Dublin, após um sismo em Portugal, que se concretizou na semana seguinte.

Os países que mais visitou foram Espanha, onde foi 19 vezes, França, onde esteve 16 vezes, e Estados Unidos da América, com 11 deslocações, sete das quais à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Fez visitas de Estado a Moçambique, Suíça e Cuba, em 2016, Cabo Verde, Senegal, Croácia, Luxemburgo e México, em 2017, São Tomé e Príncipe, Grécia, Egito e Espanha, em 2018, Angola, China, Costa do Marfim e Itália, em 2019, Índia, em 2020 -- ano em que a pandemia de covid-19 o obrigou a adiar praticamente toda a agenda internacional --, à Irlanda, em 2022, à Bélgica, em 2023, e aos Países Baixos, em 2024.

Marcelo Rebelo de Sousa visitou forças militares destacadas na Lituânia e Espanha, em 2017, na República Centro-Africana, em 2018, no Afeganistão, em 2019, e na Roménia, em 2022, e na Eslováquia, em 2024.

Foi a uma dezena de jogos da seleção masculina de futebol, um da seleção de râguebi e à abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Brasil, e de 2024, em França.

Esteve em mais de vinte encontros multilaterais: reuniões da Assembleia Geral das Nações Unidas, cimeiras ibero-americanas e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), encontros informais do Grupo de Arraiolos e da organização empresarial Cotec Europa.

Comemorou o Dia de Portugal junto de comunidades emigrantes em Paris, em 2016, no Rio de Janeiro e São Paulo, em 2017, na Costa Leste norte-americana, em 2018, na Praia e no Mindelo, em Cabo Verde, em 2019, em Londres, em 2022, na África do Sul, em 2023, num modelo original que lançou com o primeiro-ministro, António Costa, e que prosseguiu com o atual chefe do Governo PSD/CDS-PP, Luís Montenegro, na Suíça, em 2024.

A partir do seu segundo mandato, houve visitas aprovadas pelos deputados sem a habitual unanimidade, com abstenções e até votos contra, e contestadas em termos gerais pelo partido Chega, pela quantidade.

A mais controversa foi a ida ao Mundial de Futebol do Qatar, em 2022, que teve votos contra de IL, BE, PAN, Livre e de quatro deputados do PS e abstenções de Chega, três deputados do PS e três do PSD.

No que respeita a condecorações, segundo o portal das ordens honoríficas na Internet, já atribuiu mais de 1.600 a cidadãos e entidades nacionais, cerca de 750 no primeiro mandato e mais de 870 no segundo, até dezembro.

Para comparação, o seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva atribuiu aproximadamente 1.500, nos dois mandatos, o Presidente Jorge Sampaio cerca de 2.400, Mário Soares perto de 2.500 e António Ramalho Eanes cerca de 1.900.

Isto apenas no plano nacional. Os estrangeiros condecorados pelo atual Presidente da República foram mais de 320. Num caso e noutro, Marcelo Rebelo de Sousa optou por realizar várias cerimónias sem publicitação.

O mais alto grau das ordens honoríficas -- o grande-colar -- foi para os antigos chefes de Estado Cavaco Silva, António Ramalho Eanes, Jorge Sampaio e Mário Soares, para o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Vítor Constâncio, para os escritores José Saramago e Sophia de Mello Breyner e a pintora Paula Rego.

Por ocasião do cinquentenário da Revolução dos Cravos, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas anunciou em 2021 que iria condecorar todos os militares que participaram no 25 de Abril, o que foi fazendo, em diferentes sessões.

Foram, no total, mais de duas centenas de condecorações neste contexto, algumas das quais causaram polémica, como a do antigo chefe de Estado António de Spínola, a título póstumo.

Leia Também: Em 9 anos, Marcelo fez 42 vetos políticos e submeteu 8 recursos ao TC

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