A depressão Éowyn, que foi considerada como a pior do século na Irlanda, registou rajadas que bateram o recorde oficial do país, devido a um fenómeno meteorológico conhecido como ‘sting jet’.
Pelas 5h00 da madrugada de 24 de janeiro, a estação de Mace Head do serviço meteorológico da República da Irlanda registou “uma rajada de 183 km/h - o valor mais elevado de sempre registado oficialmente no território - e vento médio de 130 km/h, valor equivalente ao de um furacão de categoria 1”.
“Esta situação esteve associada ao fenómeno meteorológico designado por ‘sting jet’, visível na imagem na costa noroeste da República da Irlanda, com a forma de um ‘ferrão’ localizado na extremidade da banda de nuvens em espiral em tons de branco sobre o oceano. Este fenómeno ocorre por vezes em depressões muito cavadas e ao qual estão associados os ventos mais intensos junto ao solo neste tipo de eventos”, esclareceu o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esta segunda-feira.
O organismo deu conta de que, em Portugal Continental, este fenómeno ocorreu “com vento menos intenso”, nomeadamente no “caso da tempestade na região do Oeste em 23 de dezembro de 2009 (com uma rajada máxima oficial de 142 km/h) e da tempestade Leslie na região Centro no dia 13 de outubro de 2018 (com uma rajada máxima oficial de 176 km/h)”.
A depressão Éowyn, que “originou elevados impactos em infraestruturas, em particular na rede elétrica” da República da Irlanda e da Irlanda do Norte, “sofreu um processo intenso de cavamento, designado por ciclogénese explosiva, tendo sido registado um valor mínimo de 948.1 hPa da pressão ao nível médio do mar na estação de Magilligan na Irlanda do Norte às 7 horas locais (a mesma hora em Portugal Continental)”.
Por cá, a tempestade afetou o estado do tempo de sexta-feira a sábado, com chuva, vento e agitação marítima forte.
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