O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, esta terça-feira, já ter tomado uma decisão quanto a uma eventual audiência na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal que foram tratadas com Zolgensma, um medicamento que custa mais de dois milhões de euros, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Ainda assim, o chefe de Estado escusou-se a revelar quando dará conta da sua posição.
"Está quase", disse, interpelado pela imprensa.
Perante a insistência dos jornalistas, o responsável assumiu que, sim, já tomou uma decisão.
"Já, já tomei", replicou.
Marcelo complementou que revelará a sua posição "oportunamente, numa outra ocasião em que isso seja possível".
"Não sei ainda, mas proximamente", disse, quando questionado se o faria ainda esta semana.
Saliente-se que, na sexta-feira, o presidente da comissão parlamentar de inquérito, Rui Paulo Sousa, adiantou que o Parlamento vai ficar "a aguardar, se o senhor Presidente da República assim o entender, alguma indicação se pretende vir ou não responder de alguma forma, ou não responder sequer".
Por seu turno, o deputado António Rodrigues, coordenador do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata (PSD) na comissão, disse ter a "expectativa de uma resposta ou tomada de posição por parte do senhor Presidente da República".
Também o líder do partido populista de Direta radical Chega, André Ventura, insistiu no mesmo apelo, considerando que não faria sentido apresentar um novo requerimento, uma vez que a informação sobre os trabalhos da comissão é pública.
"Acho que ficará muito mal ao Presidente da República não dar um sinal ao país de que está disponível a responder por escrito, presencial, no tempo em que entender, embora no tempo desta comissão de inquérito, para que se possa chegar a uma conclusão no relatório, que terá de ser apresentada em breve. Não gostava nada, acho que nenhum partido gostaria de apresentar a responsabilização política de alguém sem essa pessoa ter sido a oportunidade de dar os esclarecimentos ao país", advertiu.
Recorde-se que Marcelo remeteu a decisão de se pronunciar em comissão parlamentar de inquérito para depois de estarem concluídas todas as audições, caso existisse "matéria que o [justificasse]".
[Notícia atualizada às 13h16]
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