"Cabo Verde é um parceiro prioritário de Portugal. Foi simples dar o mote para esta cimeira, uma palavra chega: juntos. Juntos pelo futuro, pelo aprofundamento da nossa relação de fraternidade, seja de governos, seja dos povos", afirmou Luís Montenegro, na conferência de imprensa final da VII cimeira bilateral Portugal-Cabo Verde, ao lado do seu homólogo Ulisses Correia e Silva.
Para o primeiro-ministro português, a cimeira que hoje termina pode ser considera "histórica" pelo número a abrangência de acordos assinados.
Portugal e Verde acordaram na VII Cimeira entre os dois países 30 instrumentos bilaterais, vinte dos quais foram já assinados entre hoje e segunda-feira, restando dez para serem firmados por várias entidades.
Montenegro destacou o memorando de entendimento que alarga uma linha de crédito para projetos de investimento empresarial até ao montante de 100 milhões de euros, que disse triplicar o anterior no valor de 30 milhões de euros.
O alargamento do programa de conversão de dívida pública em investimento verde, através do Fundo Climático e Ambiental de Cabo Verde -- que triplica dos 12,5 milhões de euros iniciais para atingir até 42,5 milhões de euros até 2030 -- e o reforço da aposta na formação através de Centros de Excelência de Formação Profissional em Cabo Verde foram outros acordos destacados por Montenegro.
"O desafio que temos pela frente é executar. Não queremos que esta cimeira seja um conjunto de declarações, de propósitos plasmados em documentos, também é importante, mas vamos ter de levar para o terreno, para a realidade concreta", desejou.
Na sua intervenção inicial, Montenegro destacou a cooperação entre os DOIS países em organizações internacionais como a CPLP, Nações Unidas, mas também "na relação estratégica preferencial e próxima que Cabo Verde tem hoje com a União Europeia" e com a NATO.
Com acordo assinados em áreas que vão deste o desenvolvimento empresarial aos transportes aéreos, passando pelo turismo, saúde ou justiça, o primeiro-ministro salientou o compromisso dos dois Governos de olhar para os próximos anos como "de oportunidade económica e de criação de riqueza".
Na área da formação profissional, o primeiro-ministro salientou que o acordo alcançado vai permitir, por um lado, o reforço do capital humano em Cabo Verde.
"E dá a Portugal a possibilidade de, no fluxo migratório Cabo Verde-Portugal, os imigrantes cabo-verdianos, quando abraçam o projeto de vir ajudar Portugal a ter também uma economia mais competitiva, o possam fazer com a aptidão que o nosso mercado de trabalho exige", destacou.
Ou seja, para o primeiro-ministro, esta acordo "dá corpo" à política de imigração do atual Governo: "Uma imigração regulada e uma imigração que relaciona a vontade, a busca da oportunidade, com a dignidade e a humanidade do acolhimento e da integração".
"Estamos a juntar a este instrumento também as garantias nos processos mais rápidos, mais ágeis, de condições de habitação, como pressuposto para que os processos possam ser mais expeditos", assinalou.
Para o futuro, acrescentou, "a palavra de ordem será executar" os acordos alcançados e "obter resultados".
"Estou convencido que a manutenção deste espírito será o garante daquilo que podem ser os reflexos na vida das pessoas, deste caminho comum, deste caminho de partilha, deste caminho de comunhão de valores e de filosofia e de atuação política", disse.
[Notícia atualizada às 14h39]
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