O subintendente Rui Costa, comandante da Divisão de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lisboa, reforçou, esta terça-feira, que “houve uma redução significativa” no que diz respeito à criminalidade geral e à criminalidade violenta e grave entre 2023 e 2024 não só na capital, mas nos concelhos circundantes, ainda que tenha ressalvado que existem “fenómenos” que preocupam as autoridades.
“Houve uma redução significativa, quer seja da criminalidade geral, quer da criminalidade violenta e grave, entre os anos de 2024 e 2023. Na criminalidade geral, temos uma redução na zona de Lisboa de cerca de 9%”, disse o responsável, em declarações à RTP.
No que diz respeito à área de intervenção do COMETLIS, este parâmetro registou também “uma redução significativa, na casa dos 12%”.
“No que toca à criminalidade violenta e grave, que é o nosso foco e a que mais nos preocupa, temos uma redução de cerca de 10% na cidade de Lisboa, que consideramos bastante significativo, e na área limite, somando Lisboa aos outros concelhos, temos uma redução de cerca de 1,5%”, complementou.
Rui Costa assumiu que os dados não são surpreendentes, uma vez que “esta avaliação vai sendo feita ao longo do ano e dos anos”.
“Nesse sentido, temos vindo a acompanhar e já era expectável que os números apontassem neste sentido”, disse.
Confrontado com as declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, que apontou que “não podemos descurar que precisamos de mais polícia” nas ruas, o superintendente reconheceu ser necessário observar também “os dados qualitativos”.
“Não me compete comentar as declarações de qualquer autarca, mas a verdade é que não podemos olhar só para os dados quantitativos, temos também de observar os dados qualitativos. Há fenómenos, nomeadamente na cidade de Lisboa, mas também nos concelhos limite, que nos preocupam, nomeadamente o tráfico de droga, os crimes cometidos com armas brancas, e a criminalidade itinerante, que são crimes que vão tendo alguma expressão, de investigação mais difícil. São fenómenos que acontecem também noutros países da Europa e estamos atentos”, disse.
Ainda assim, o responsável reforçou que, “em termos de números, não há” mais crimes em Lisboa e nos concelhos circundantes.
“Estes números são positivos, mas não nos tranquilizam. Há fenómenos que existem quer na cidade de Lisboa, quer nos concelhos limite, que nos levam a ter algumas preocupações e cautela em desenhar outro tipo de estratégias no combate ao crime”, acrescentou.
Saliente-se que, também esta terça-feira, Carlos Moedas desvalorizou estes dados, tendo apontando que "quando olhamos para a notícia e vemos, por exemplo, algumas freguesias, como o caso de Santa Maria Maior que, em 2023, apresenta o maior valor da década, e em Marvila e Parque das Nações os números quase que duplicaram numa década", não é possível “ficar descansados".
Leia Também: "Crimes praticados neste momento em Lisboa têm violência diferente"