Administração do Garcia de Orta defende concentração de urgências

A administração do Hospital de Almada disse esta sexta-feira que sempre defendeu a concentração de urgências de ginecologia e obstetrícia na Península de Setúbal como solução para os constrangimentos, mas alerta que é preciso garantir "superiormente os recursos humanos necessários".

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Lusa
31/01/2025 17:31 ‧ há 2 horas por Lusa

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Almada

O Governo anunciou que vai estudar a proposta de um grupo de peritos para a criação de um centro maternoinfantil na Península de Setúbal e de integração do Hospital do Barreiro e do Hospital Garcia de Orta (Almada), num regime de urgência metropolitana.

 

A ministra da Saúde explicou hoje, em Elvas, que a proposta da Comissão Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, coordenada por Caldas Afonso e entregue há dois dias ao Governo, já foi testada com sucesso no norte.

Questionada pela agência Lusa sobre esta medida, a administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS), da qual faz parte do Hospital Garcia de Orta (Almada), defende que a concentração das urgências de ginecologia e obstetrícia na Península de Setúbal "afigura-se, desde sempre, como a única via possível para ultrapassar os constrangimentos existentes nesta área, garantindo uma resposta de qualidade, diferenciada e com previsibilidade às nossas utentes".

Esta solução, adianta o Conselho de Administração (CA) da ULSAS, foi apresentada e defendida há muito por si junto de todos os diretores executivos do Serviço Nacional de Saúde e da ministra da Saúde, em reunião no dia 09 de agosto de 2024, pelo que considera que a sua execução "só peca por tardia".

"O atual modelo de funcionamento de urgências de obstetrícia e ginecologia referenciadas nunca foi tido como viável por parte da ULSAS, que sempre alertou (ainda antes da sua implementação), que o modelo não resolveria a escassez de recursos humanos na Península", adianta o Conselho de Administração da ULSAS.

Para a administração da Unidade de Saúde Local Almada-Seixal, o projeto-piloto, proposto pelos peritos e imposto pela tutela, e que arrancou na Península no início de janeiro, "estava, desde o início, condenado ao fracasso".

"A realidade tem vindo a confirmá-lo. Não só não reduziu o número de referenciações de utentes, como obrigou, em alguns dias, ao encerramento total (incluindo CODU/INEM) da ULSAS", frisa a unidade, adiantando que, "ciente das dificuldades no terreno, solicitou reunião à Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (CNSMCA) decorridos cinco dias de projeto, a qual se viria a realizar a 13 de janeiro".

Nessa reunião, frisa, "as virtudes do modelo de concentração de recursos, há muito defendido e proposto por este Conselho de Administração, e que agora parecem tão claras para estes peritos, pareciam ser, na altura da reunião, menos óbvias".

A comissão, adianta o CA da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal, defendeu que se deveria aguardar mais dois meses para avaliar o atual modelo de urgência referenciada.

Por outro lado, o conselho de administração da ULSAS adianta que a Direção Executiva do SNS e o Ministério da Saúde sempre tiveram conhecimento de todas as escalas de ginecologia e obstetrícia da ULSAS com a devida antecedência, "não tendo expressado qualquer preocupação relativamente aos encerramentos previstos".

"A existir falta de coordenação, a mesma se deve a quem, sendo a única detentora das escalas das três ULS e tendo possibilidade e autoridade para resolver o problema, não o fez", frisa o conselho de administração que dirige o Hospital Garcia de Orta.

Aquele CA acrescentou que "é com agrado que recebe a notícia de que também a CNSMCA propôs, agora, a solução de concentração de urgências à senhora ministra".

Na resposta enviada à agência Lusa, a administração da ULSAS concluiu que ficará a aguardar para saber qual a decisão da tutela, mas alertou que a mesma só funcionará "se forem garantidos superiormente os recursos humanos necessários ao bom funcionamento da urgência no Hospital Garcia de Orta, da ULSAS".

Leia Também: Diretora de ginecologia e obstetrícia do Garcia de Orta demite-se

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