Depois de uma longa investigação da Polícia Judiciária (PJ), o Ministério Público (MP) deu por concluído o processo Tutti Frutti e acusou 60 pessoas, entre autarcas das mais importantes juntas de Lisboa, funcionários e empresários que com eles celebravam negócios, por crimes que vão desde corrupção a prevaricação, abuso de poder, tráfico de influência ou participação económica em negócio, avançou a CNN Portugal, numa notícia depois confirmada pela agência Lusa.
De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, entre os 60 arguidos está o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, e o deputado do PSD Carlos Eduardo Reis.
Fernando Medina, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, não foi acusado pelo Ministério Público, tendo este entendido que não foi possível deduzir que Fernando Medina tivesse atuado "com o propósito inequívoco" de beneficiar outros arguidos.
"A conclusão que se impõe é a de que não se demonstrou a prática de factos suscetíveis de integrar os crimes de corrupção ativa e passiva, inicialmente referenciados, nem do crime de prevaricação imputado ao arguido Fernando Medina, nos moldes explanados", lê-se na acusação.
Note-se que o processo Tutti Frutti, que decorria desde 2016, investigava alegados esquemas de um bloco central de interesses entre PS e PSD para negociar lugares políticos nas freguesias e nas autarquias de Lisboa, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
O processo sobre esta alegada teia ilegal de interesses na Câmara de Lisboa teve início nessas eleições e deu origem a buscas em vários locais ao longo dos últimos anos, como os serviços da CML e as Juntas de Freguesia de Santo António, Estrela e Areeiro, que voltou a ser alvo da investigação.
[Notícia atualizada às 12h56]
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