"Com esta preparação das provas-ensaio, com o acompanhamento das escolas, com as garantias tecnológicas que estamos a dar às escolas e, claro, com o apoio que os serviços do Ministério da Educação têm dado (...), acreditamos que todas as condições estão reunidas", disse Alexandre Homem Cristo.
A partir de segunda-feira, os alunos do 4.º, 6.º e 9.º anos vão realizar provas-ensaio para testar o formato digital e identificar eventuais falhas antes das provas finais de 3.º ciclo e das provas Monitorização da Aprendizagem (ModA) em maio e junho.
Em entrevista à agência Lusa, o secretário de Estado e Adjunto da Educação explicou que o objetivo é permitir que os alunos se familiarizem com o formato digital em contexto de avaliação e ajudar as escolas a testar a sua preparação tecnológica, organizativa e logística.
"No ano letivo anterior percebemos que os alunos que iam realizar as provas em suporte digital (...) não estavam preparados", referiu, sublinhando que este teste permitirá "dar-lhes essa habituação num contexto de avaliação para no final do ano letivo não serem surpreendidos pelo formato".
Um eventual regresso ao papel nas provas oficiais, como aconteceu no ano passado com as provas finais do 3.º ciclo, não está em cima da mesa, adiantou Alexandre Homem Cristo, manifestando-se confiante de que as escolas estão preparadas, incluindo no que respeita aos aspetos tecnológicos.
No primeiro período, as escolas reportaram necessidades de reparação ou aquisição de 45.024 computadores e, a poucos dias do início das provas, os diretores continuam a manifestar-se preocupados com a falta de equipamentos e alguns problemas de conectividade, mas o secretário de Estado garante que essas questões estão a ser acauteladas.
"Desde novembro que o Ministério da Educação fez a distribuição de uma verba no valor de 10 milhões de euros e (as escolas) tiveram oportunidade de fazer a manutenção dos equipamentos ou mesmo adquirir novos", sublinhou o governante, ressalvando também que os 45 mil computadores em falta abrangiam todo o universo de alunos, e só os dos 4.º, 6.º e 9.º anos vão realizar as provas digitais.
Quanto à conectividade, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação contratualizou aparelhos de 'hotspot' ('routers' portáteis) para todos os alunos que realizam as provas digitais e para cada sala de aula.
Outra dimensão que o Governo pretende assegurar através das provas-ensaio é um mínimo de equidade nas provas ModA e nas provas finais do 9.º ano e, por isso, as provas que arrancam a partir de segunda-feira são obrigatórias, apesar de não contarem para avaliação.
"Se tivermos alunos que no dia em que chegam à prova ModA nunca fizeram uma avaliação em suporte digital, vamos estar a avaliar mais a sua capacidade de adaptação a uma novidade do que o seu conhecimento", justificou, sublinhando que o objetivo é que as provas de maio e junho sejam "representativas daquilo que os alunos aprenderam ao longo do ano letivo".
Na próxima semana, os alunos dos 4.º e 6.º anos realizam testes às provas ModA de Português e os do 9.º às provas finais do ensino básico. Na semana seguinte, os alunos do 4.º ano serão chamados para demonstrar os seus conhecimentos de Inglês e os do 6.º de História e Geografia. Já na última semana de fevereiro, será a vez das provas-ensaio de Matemática.
Para aqueles dias estão convocadas greves da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), que criticam o recurso a bolsas solidárias de professores classificadores.
Questionado sobre as críticas, Alexandre Homem Cristo explicou que a opção segue a prática dos anos anteriores, mas adiantou, sem avançar detalhes, que a classificação das provas oficiais será feita de maneira diferente.
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