O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) convocou uma greve para os trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com início marcado para segunda e terça-feira.
O STAL justificou esta greve com "as promessas não cumpridas por parte do presidente da Câmara de Coimbra" mas, no comunicado enviado hoje à agência Lusa, o executivo garantiu que se tem esforçado para resolver os problemas dos SMTUC e dos seus trabalhadores, "dentro dos limites legais e orçamentais".
Neste âmbito, enviou uma comunicação ao STAL "com o historial de todo o processo e com as provas das iniciativas desenvolvidas" e apelou à suspensão da greve, "mantendo o diálogo e o acompanhamento ativo e participativo" da evolução.
"Todas as medidas que dependem exclusivamente da Câmara de Coimbra foram aplicadas", garantiu, acrescentando que "o Governo socialista, lamentavelmente, não demonstrou qualquer disponibilidade consequente para resolver o problema", o que prejudicou "a boa vontade do executivo camarário" e atrasou todo o processo, "que já poderia e deveria estar resolvido há muito tempo".
Já o diálogo com o atual Governo, "está a decorrer de forma muito positiva e com vontade de ambas as partes em resolver os procedimentos legislativos necessários para a implementação do suplemento apropriado a estes profissionais", acrescentou.
Este Governo "tem demonstrado a máxima vontade em encontrar uma solução que vá ao encontro das legítimas reclamações dos trabalhadores", tendo a câmara enviado em dezembro um parecer à secretária de Estado da Administração Pública "relativo à consagração legal de um suplemento remuneratório a atribuir aos trabalhadores que exercem funções de agente único de transportes coletivos, que está em análise intensiva", contou.
No que respeita ao que a autarquia pode fazer, assegurou que "está a decorrer o desenvolvimento do estudo que permita avaliar a possibilidade de empresarialização (não de privatização!), uma das formas de introduzir uma melhoria salarial para todos os trabalhadores dos SMTUC".
Segundo a autarquia, este processo será semelhante àquele que, "há mais de 20 anos, conduziu a muito bons resultados na Águas de Coimbra, transformada em Empresa Municipal".
"Se os trabalhadores quiserem, esta é uma solução possível e viável a curto/médio prazo", frisou, acrescentando que o executivo "está fortemente empenhado em investir nos seus trabalhadores e nos SMTUC, como há dezenas de anos não acontecia".
Por tudo isto, considerou que "a greve convocada se reveste de alguma injustiça e extemporaneidade, prejudicando desnecessariamente os utentes dos SMTUC", uma vez que, atendendo "à evolução do diálogo com o Governo, neste momento a greve nada acrescenta ao processo".
"Acresce que o somatório dos dias de greve representaria para os trabalhadores a perda de mais de um mês de salário" e prejudicaria os trabalhadores que usam os transportes públicos, alertou.
Segundo o STAL, em causa, está sobretudo a valorização das carreiras dos trabalhadores (os motoristas e mecânicos dos SMTUC são considerados assistentes operacionais).
Está previsto que na segunda-feira, pelas 15:00, os trabalhadores sigam em desfile até à Câmara de Coimbra, onde entregarão uma cópia de um abaixo-assinado pela valorização da carreira e, na terça-feira, se desloquem a Lisboa para deixarem o mesmo documento na residência oficial do primeiro-ministro.
Apesar de reconhecer que a reposição da carreira só pode ser cumprida pelo Governo, a dirigente do STAL Luísa Silva tinha dito à agência Lusa não ter "qualquer prova concreta" de que José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra, fez "algum contacto com o Governo" para resolver a situação.
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