Lisboa, 16 fev 2025 (Lusa) - O Iscte anunciou hoje que vai criar o primeiro laboratório de digitalização e visualização avançada do país, com capacidade para registar e tratar arquivos como os do Instituto da Mobilidade e Transportes e do Ministério da Defesa Nacional.
Designado de Laboratório de Digitalização e Visualização Avançada de Dados (DAViD Lab), resulta de uma candidatura de 1,7 milhões de euros às verbas europeias do programa Portugal 2030, informa a instituição do ensino superior em comunicado.
"O DAViD Lab vai distinguir-se no panorama internacional por integrar numa única infraestrutura três processos essenciais: digitalização, processamento e visualização de dados", afirmou o vice-reitor do Iscte, Jorge Costa, citado na nota de imprensa.
À Lusa, o vice-reitor do Iscte -- Instituto Universitário de Lisboa explicou que permitirá passar para suporte digital conteúdos do património histórico que estão em arquivos, exemplificando que no caso de documentos manuscritos será possível, através de inteligência artificial, fazer o reconhecimento da caligrafia e depois passá-la para texto.
Após a digitalização ficarão acessíveis ao público e, em paralelo, vão ser estudados por equipas académicas que vão das engenharias, à gestão, sociologia, história e políticas públicas.
A instalação do laboratório será feita por fases, disse Jorge Costa, prevendo que "a primeira, que corresponde à digitalização de documentos, esteja a funcionar no final do verão. A totalidade estará a funcionar no final de 2026", estimou.
Serão realizadas obras de adaptação no edifício do Iscte Conhecimento e Inovação e adquiridos equipamentos especializados para permitir experiências ao utilizador como realidade aumentada ou com ecrãs táteis.
O público terá acesso aos arquivos a partir do 'site' de cada instituição e a partir do 'site' do laboratório.
Nas suas instalações (Lisboa) vai proporcionar "experiências imersivas, nas quais o público poderá ver documentos e objetos bidimensionais [como fachadas e interiores de edifícios], em 3D, em realidade aumentada ou em vídeos/filmes em que a inteligência artificial cria os ambientes a que estes se referem: sons, ventos, cheiros", adiantou o Iscte.
A primeira parceria será formalizada esta segunda-feira com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT). O Iscte espera também assinar protocolos com o Ministério da Defesa Nacional, arquivo Ephemera e Câmara Municipal de Lisboa.
"A criação de um acervo digital, com os dois milhões de documentos e objetos do arquivo histórico ferroviário, pertencentes ao arquivo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, contribui para a preservação deste património único, e permitirá, igualmente, tornar os acervos digital e físico acessíveis a investigadores e a interessados que se dedicam ao reporte da história dos transportes em Portugal, desde meados do século XIX", referiu o presidente do IMT, João Jesus Caetano, citado no comunicado.
O arquivo do IMT engloba a documentação da criação da rodovia e da ferrovia em Portugal desde o século XIX.
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