Segundo a fonte, a "atividade do hospital está condicionada", sendo que "o bloco operatório e consulta externa estão sem atividade".
A Secretaria Regional da Saúde dos Açores anunciou em 24 de setembro que a administração do HDES estava a promover a abertura faseada do bloco operatório, fechado desde o incêndio de 04 maio, que obrigou à deslocalização de serviços de utentes para outras unidades nos Açores e no exterior.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do conselho de administração do HDES, Paula Macedo, referiu que desde as 03:00 locais de hoje [04:00 de Lisboa) "houve a ocorrência de vários disparos de segurança em vários quadros elétricos com suspensão de eletricidade ao nível de todas as tomadas".
Os cortes abrangem as áreas de ambulatório, consulta externa e hospital de dia polivalente, o bloco operatório e a rede informática.
Paula Macedo adiantou que, "a partir das 08:00, não havia possibilidade de reativar estas áreas atendendo que se continuava sem eletricidade nas tomadas elétricas que fazem o fornecimento de todo o equipamento que mantém a atividade clínica", sem estar identificada a causa.
A responsável pelo HDES refere que "com a ajuda de outras empresas que foram chamadas através do serviço de instalações e equipamentos" começou-se a trabalhar na identificação de "várias causas hipotéticas", havendo que "orientar as soluções para esses problemas".
Entretanto, pelas 10:30, foi reiniciada a atividade nos serviços atingidos pelo corte de energia, mas sem garantias de "total estabilidade dessas áreas", afirmou Paula Macedo.
"Não se pode garantir a 100% a sua estabilidade" hoje "e nos dias seguintes" porque ainda está a ser identificada a causa, ou causas, da falha energética, explicou.
A presidente do conselho de administração do HDES salvaguarda que, se as unidades de cuidados intensivos, de cuidados intermédios e adulto, a neonatologia e tratamento coronário, onde os doentes fazem hemodinâmica, estivessem ocupadas, teriam de se retirar todos os doentes.
"Como estas áreas não estão ativas neste momento no HDES não foi necessário proceder à evacuação de doentes, o que seria necessário fazer no espaço máximo de uma hora, a partir das 03:00, para o hospital da CUF novamente e para a redundância do hospital modular, que já apoia neste serviços e poderá dar sempre este suporte na ocorrência de suspensão de atividade clínica", explicou.
Paula Macedo diz que, desde o incêndio no HDES, tem-se retomado a atividade de vários "de forma faseada e com segurança" precisamente para evitar situações de sobrecarga de eletricidade.
"O HDES não pode trabalhar assim e dá-se muita disrupção na atividade clínica, e daí a justificação do hospital modular como estrutura de suporte de apoio", afirmou.
O Hospital do Divino Espírito Santo, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio em 04 de maio de 2024, que obrigou a deslocalizar serviços e doentes para outras unidades de saúde na região, para a Madeira e para o continente, e que o deixou inoperacional.
Entretanto, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) instalou um hospital modular para garantir a transição até à requalificação estrutural do HDES.
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