"A vítima é um indivíduo de origem portuguesa de 57 anos", disse à Lusa Hilário Lole, porta-voz do Sernic na cidade de Maputo.
Segundo a polícia, o homem foi raptado por volta das 07:00 (menos duas horas em Lisboa), no recinto do Comité Olímpico, no bairro Polana Caniço, uma zona nobre da capital moçambicana, por quatro homens com uma AK47.
Um vídeo que circula nas redes sociais, captado por câmaras de videovigilância, mostra o momento em que a vítima chega ao recinto, estaciona o carro e de seguida um dos supostos raptores entra também no espaço e o interpela.
Logo depois, uma viatura branca entra também para o estacionamento, o homem que interpelou a vítima abriu uma das portas e obriga-o a entrar.
O porta-voz do Sernic avançou que decorrem investigações e que serão avaçados mais dados sobre o rapto oportunamente.
Contactado pela Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português referiu que está a "acompanhar o caso" através da embaixada em Maputo.
"A Embaixada em Moçambique obteve a informação do rapto através das redes sociais e conseguiu apurar que se trata de um cidadão luso-moçambicano. A embaixada já entrou em contacto com a família e está a acompanhar o caso", acrescentou o MNE.
Este é o terceiro rapto ocorrido este ano em Maputo.
Desde 2011, uma onda de raptos afeta Moçambique e as vítimas são, sobretudo, empresários e seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.
Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer "basta".
A maioria dos raptos cometidos em Moçambique é preparada fora do país, sobretudo na África do Sul, disse, em abril de 2024, no parlamento, a antiga procuradora-geral da República Beatriz Buchili.
A polícia moçambicana registou, até março de 2024, um total de 185 raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, indicam os últimos dados avançados pelo Ministério do Interior.
Leia Também: Hamas revela nomes de reféns que vai libertar amanhã. Um é luso-israelita