Os primeiros casos de Covid-19 foram identificados em território nacional há cinco anos - a 2 de março de 2020. Desde aí o vírus desconhecido levou a mudanças e alterações nos comportamentos dos cidadãos - como a obrigatoriedade do uso de máscara e o confinamento que fechou os portugueses em sua casa assombrados por um panorama desconhecido e assustador.
A antiga Diretora-Geral da Saúde (DGS) Graça Freitas coordenou a resposta nacional à pandemia e garante que "estamos melhor preparados agora, que já passamos por uma grande pandemia, do que estaríamos há cinco anos".
No entanto, em declarações à TVI, esta segunda-feira, sublinha que a resposta está sempre dependente das "características do vírus da próxima pandemia" que vai "determinar a capacidade de resposta".
"Foi uma fase muito intensa, aconteceram muitas coisas num tempo muito curto, a sucessão dos dias era quase indistinguível - não conseguíamos separar um dia de outro dia - tudo foi muito rápido a partir de certa altura", confessa Graça Freitas.
A ex-diretora-geral sublinha que "milhares de pessoas foram rastreadas antes dos primeiros casos em Portugal" e reitera que existem "sete coronavírus conhecidos", sendo que dois destes são os mais alarmantes.
"Há sete coronavírus conhecidos, mas os que davam pneumonia grave foram o SARS-CoV-1 e este SARS-CoV-2. Em 2003, a doença evoluiu de foco na China para vários pontos do globo e foi possível, nessa altura, conter o vírus. Portanto, nos sítios onde ele apareceu houve fortes medidas de contenção e o vírus não originou uma pandemia e foi dado como extinto e controlado e não reapareceu".
Perante a incerteza, confessa que "foi um crescendo desde o dia 31 de dezembro até ao dia 21 de janeiro" e que, nessa data, percebeu "claramente que alguma coisa de diferente se estava a passar", tendo decidido ativar "a task-force interna da DGS".
Questionada sobre se as pessoas, ainda hoje, lhe agradecem na rua respondeu: "Sim". Confessa ainda que "não tinha essa noção do impacto".
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