Segundo fonte do comando distrital de Aveiro da GNR, a situação deu-se na freguesia de Nogueira da Regedoura, onde se situa o depósito de inertes em que quinta-feira o homem de 68 anos, proprietário do terreno, terá sido atacado por cães.
Fonte do comando da GNR disse à Lusa que as circunstâncias exatas da morte do homem só serão apuradas após concluídas as devidas perícias forenses, mas explicou que, quanto aos factos de hoje, a situação é mais clara: "O militar foi mordido numa perna por um dos canídeos quando estava a dar apoio aos técnicos do Município de Santa Maria da Feira nas operações para identificar e capturar os animais".
A esse ferimento ligeiro não é reconhecida gravidade, mas o guarda recebeu ainda assim tratamento no Hospitalar São Sebastião, "sobretudo para se evitarem infeções".
Quanto à segurança pública face às ocorrências destes dois dias, a mesma fonte do comando da GNR afirmou que a matilha está a ser cercada.
"Neste momento está-se a fazer tudo para sanar o problema, com trabalhos para restringir as movimentações dos animais, com vista à sua captura", adiantou.
Contactada pela Lusa, a Câmara da Feira também mencionou incertezas quanto à morte de quinta-feira: "Até agora, desconhecem-se as circunstâncias da trágica ocorrência, nomeadamente se estão em causa cães com dono ou errantes, com ou sem 'chip', pelo que se aguarda o apuramento dos factos pelas autoridades competentes".
Tendo em conta também o ataque de hoje, a autarquia contratou "uma equipa especializada de veterinários para imobilizar os animais com recurso a balas com tranquilizantes".
"Assim que a matilha seja localizada, cercada e imobilizada, os cães serão encaminhados para o Canil Intermunicipal da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, para aí se aferir o grau de perigosidade de cada um dos animais", salientou a fonte.
Essa solução não agrada, contudo, à coordenação local do Bloco de Esquerda (BE), que, sobre o mesmo assunto, declarou hoje em comunicado que "a Câmara Municipal da Feira refugia-se no facto de existir um canil intermunicipal -- que também serve os concelhos de Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra -- e esta resposta é de longe manifestamente insuficiente para as necessidades desses municípios".
O partido defende "a urgência da construção de um canil municipal com dignidade, de modo a responder à calamidade de matilhas de cães abandonados no concelho".
Essa medida deve ainda ser complementada, segundo o BE, com o incentivo à adoção responsável e com o reforço dos meios de controlo de animais errantes, no que o partido quer incluídos "todos os procedimentos clínicos necessários para salvaguardar a saúde pública e o bem-estar animal, de modo a que se evitem mais tragédias como as dos últimos dias".
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