Maria Teresa Soares fez esta afirmação durante uma intervenção online no segundo e último dia da reunião anual do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa, que decorre em Lisboa.
"O certificado do instituto Camões não tem qualquer valor, não serve para nada. O que interessa é a caderneta escolar do aluno, pois nenhuma escola reconhece o certificado do Camões", disse a dirigente sindical.
Esta certificação é atribuída pelo Camões aos alunos da rede do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), dos níveis básico e secundário, após a realização dos respetivos exames, que visam avaliar as competências em língua portuguesa, nas vertentes compreensão oral, produção oral, leitura e escrita.
Segundo Maria Teresa Soares, docente do EPE, o certificado vale tanto como qualquer outro que é atribuído por um instituto de línguas, mas exige exames, mesmo para estudantes a partir dos 8 anos de idade. "É triste", disse.
A sindicalista disse ainda que em nome deste certificado foi criada uma propina, que esteve em vigor pela última vez no atual ano letivo, que conduziu a uma perda significativa de alunos.
Presente nesta reunião do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa, Joaquim Ramos, da direção do Camões, refutou as acusações de Maria Teresa Soares, indicando que entre o ano escolar de 2015/16 para o presente o número de alunos aumentou de 68.296 para 72.726. Os professores passaram, no mesmo período, de 415 para 325.
Em relação ao certificado, Joaquim Ramos classificou-o de "válido e útil" e lembrou que, quando estava em Macau, onde dirigiu o Instituto Português do Oriente, solicitou várias vezes o certificado.
Leia Também: Marcelo promulga decreto que alarga apoio a professores deslocados