O anúncio foi feito pela vereadora do Urbanismo na Câmara Municipal de Lisboa (CML), Joana Almeida, que indicou hoje, em conferência de imprensa, que essas apresentações vão decorrer nesta sexta-feira (às 18h00) e na quarta-feira da próxima semana (17h30), no Centro de Informação Urbana de Lisboa.
"Informar e comunicar", corroborou a diretora municipal dos Espaços Verdes, Catarina Freitas, na mesma conferência de imprensa, detalhando os números: no eixo em questão, situado no centro de Lisboa, existem 75 jacarandás, 30 serão mantidos, 20 serão transplantados (a que se juntarão dois plátanos) e os restantes 25 serão abatidos; simultaneamente, serão replantados 39 jacarandás, a que se juntarão 49 outras árvores.
Em questão está a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, que incluirá zona de cargas e descargas e recolha de resíduos sólidos.
O eixo central da Avenida 5 de Outubro vai manter os atuais dois alinhamentos de jacarandás, "a diferença é que vai deixar de ter carros" à superfície, sublinhou, assinalando ainda que os passeios aumentarão para três metros e passarão a ter outras árvores, nomeadamente pereiras.
O transplante de jacarandás vai começar já na próxima semana, com os primeiros cinco, sendo que os seguintes serão agendados à medida do ciclo das árvores.
"O jacarandá é a nossa identidade, o nosso património. Neste executivo, salvamos jacarandás. Estamos a salvar jacarandás", garantiu a vereadora do Urbanismo.
Joana Almeida recordou que, quando o atual executivo camarário entrou em funções já havia sido assinado o contrato, em hasta pública em 2019, com "o programa completo para toda a área". Aliás, "400 habitações já estavam a ser construídas", recordou.
Por isso, o atual executivo "não podia" mudar o projeto em curso para um terreno com cerca de cinco hectares "abandonado há 30 anos", sob pena de a cidade ficar "parada durante mais uns bons anos".
A atual proposta urbanística foi objeto de "mais de 120 reuniões" e foi aprovada pela CML com o voto a favor do PS, principal partido a oposição, recordou a vereadora.
Ainda assim, o executivo conseguiu alterar o projeto no sentido de reduzir o número de jacarandás a serem transplantados e abatidos, ao mesmo tempo que foi acordado com o promotor do projeto, Fidelidade Property, um reforço de duas centenas destas árvores na cidade.
A responsável pelos Espaços Verdes detalhou o esforço feito para "compensação ou mitigação", que tem tentado explicar "boca a boca" a quem a questiona sobre o assunto.
Os anunciados abate e transplante de jacarandás da Avenida 5 de Outubro desencadearam uma petição, que já conta com mais de 30 mil assinaturas. A vereadora reconhece ser um "elevado número", a que a CML vai responder com informação.
"Não autorizamos abates de árvores de forma gratuita, é uma decisão sempre muito ponderada, muito refletida e é aquela que não nos oferece, de facto, alternativa", garantiu Catarina Freitas, explicando que os 25 jacarandás a abater estão em mau estado ou até apodrecimento, "muito afetados por manobras de estacionamento".
A replantação de 39 novos jacarandás - que já foram comprados e estão em viveiro -- estará concluída a par da construção do parque de estacionamento no subsolo previsto no projeto, concluído previsivelmente no segundo semestre de 2027, estimou Miguel Santana, administrador da Fidelidade Property, gestora do projeto urbanístico.
Joana Almeida assinalou que as atuais 77 árvores (75 das quais jacarandás) aumentarão para 118 no eixo visado no projeto urbanístico, que "ganhou um prémio por características de sustentabilidade".
Hoje, Beatriz Gomes Dias, vereadora municipal do Bloco de Esquerda, enviou um requerimento ao presidente da CML, Carlos Moedas, no qual considera "inaceitável" o abate dos jacarandás na Avenida 5 de Outubro.
[Notícia atualizada às 16h55]
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