Sintra avisa para encerramento "por tempo indeterminado" no perímetro florestal

O acesso ao perímetro florestal da Serra de Sintra está encerrado "por tempo indeterminado", na sequência dos danos provocados pela depressão Martinho, que se estima ter derrubado 98 mil árvores só em terrenos públicos, avançou hoje a autarquia sintrense.

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Lusa
10/04/2025 16:03 ‧ há 2 semanas por Lusa

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"Por motivos de segurança, o acesso ao perímetro florestal está encerrado por tempo indeterminado devido aos riscos existentes para pessoas e bens. Desde 20 de março, sapadores florestais, bombeiros, forças de segurança, serviços municipais e Parques de Sintra estão no terreno a combater os efeitos devastadores deixados pela depressão Martinho", informou, em comunicado, a Câmara de Sintra.

 

A depressão que atingiu o continente na noite de 19 para 20 de março, provocou "a queda de milhares de árvores na Serra de Sintra, resultando num cenário de destruição" significativo, em consequência de um fenómeno climático extremo que combinou níveis elevados de chuva com ventos extremamente fortes", principalmente de sul.

O município de Sintra, em coordenação com a sociedade Parques de Sintra-Monte da Lua, que gere os monumentos e parques históricos, e o município de Cascais, iniciou "operações de limpeza e desobstrução dos caminhos florestais de emergência e socorro", no interior do perímetro florestal da Serra de Sintra, inserido no Parque Natural de Sintra-Cascais.

"Para garantir a segurança de todos, trabalhadores e visitantes, informamos que as operações de limpeza exigem fortes restrições temporárias à circulação em todo o perímetro florestal, incluindo estradas e trilhos", salienta-se na nota.

Enquanto decorrem limpezas nos acessos e caminhos florestais, visando a normalização da área, "há um risco elevado de queda de árvores, desabamento de muros e terrenos instáveis, que podem comprometer a segurança de quem circula pela serra", alertou a autarquia.

"Atividades como passeios pedestres, ciclismo, prática desportiva e quaisquer outras visitas à serra estão altamente desaconselhadas, sendo estritamente proibida a circulação nos locais sinalizados com cancelas e em outras vias ou caminhos dentro do perímetro de risco", frisou.

As intervenções, "cruciais para garantir a segurança, envolvem a utilização de maquinaria pesada em áreas florestais ainda consideradas críticas", e são "fundamentais para reduzir o risco de queda de árvores, terras e rochedos", além de "mitigar o risco de incêndio, proteger o património natural e salvaguardar a segurança de pessoas e bens", acrescenta-se na nota.

Após a fase urgente de limpeza e estabilização, está prevista a rearborização do perímetro florestal com espécies autóctones, em articulação com todas as entidades responsáveis pela gestão do espaço e do Parque Natural de Sintra-Cascais, visando "aumentar a resiliência da floresta a fenómenos climáticos extremos".

As cancelas de acesso ao perímetro florestal localizam-se no cruzamento da Azóia -- acesso ao cruzamento da Portela/EN247-3, no caminho da Urca/Pedras Irmãs, cruzamento da Portela -- acesso ao cruzamento dos Capuchos, cruzamento dos Capuchos/EN247-3 - acesso ao cruzamento da Portela, cruzamento da Portela -- acesso à Azóia, cruzamento dos Capuchos/EN247-3/acesso ao Alto do Monge.

Os percursos Interditados são o percurso do cruzamento da Azóia/EN247 até ao cruzamento da Portela (acesso à Azóia) e do cruzamento dos Capuchos/EN247-3 até ao cruzamento da Portela.

A depressão Martinho provocou a queda de 98 mil árvores e afetou 280 hectares (ha) dos cerca de mil sob gestão da Parques de Sintra, no perímetro florestal da serra, avançou anteriormente Sofia Cruz, presidente da sociedade de capitais públicos, em declarações à Lusa.

A Parques de Sintra referiu que "o mapeamento detalhado, realizado através de drones [veículos aéreos não tripulado] e inspeções no terreno, identificou cerca de 200 hectares de floresta severamente afetados, dos quais 89 hectares registam danos muito graves, totalizando cerca de 93 mil árvores derrubadas".

"Nas matas e tapadas, especialmente as de Monserrate e de D. Fernando II, registou-se a queda adicional de mais cinco mil árvores em 80 ha", acrescentou.

Nas semanas anteriores à depressão Martinho, a Serra de Sintra registou elevados níveis de precipitação, originando a saturação dos solos e, na noite de 19 para 20 de março, registou-se chuva intensa e ventos fortes, com rajadas que chegaram aos 169 quilómetros/hora no Cabo da Roca.

Além das zonas a sul do Parque da Pena, mais expostas ao vento, Sofia Cruz referiu que o Castelo dos Mouros também foi severamente afetado, bem como o Convento dos Capuchos, com danos principalmente no arvoredo, mas igualmente em "muros e taludes".

Leia Também: 'Martinho' provocou queda de quase 100 mil árvores na Serra de Sintra

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