"Cristo está vivo. Então alegremo-nos todos nós: o Ressuscitado está connosco, está do nosso lado. Também nós podemos ser esses novos construtores de esperança num mundo atormentado por grandes conflitos e tensões. Sobretudo neste ano jubilar, ano da esperança, deixemos que essa mesma esperança da Páscoa entre nas nossas vidas e sejamos capazes de abrir definitivamente as portas para sair ao mundo que precisa de ser humanizado", disse Armando Esteves Domingues.
O bispo de Angra falava na homilia proferida na Sé de Angra, na ilha Terceira, nos Açores, nas celebrações do domingo de Páscoa.
O prelado assinalou como "uma boa e positiva notícia" desta humanização concreta, o projeto em concreto da Cruz Vermelha, que está a distribuir um milhão de panfletos, com uma pergunta "quantos vizinhos conhece pelo seu nome", considerando ser uma questão "interessante, mas se calhar inquietante", já que talvez se passe "ao lado de tantos irmãos sem deixar marca".
"Uma outra notícia falava também hoje do aumento de batismos de adultos durante esta Páscoa, num pais como a França: 4.500 adultos pediram preparação e batizaram-se. Há sede de Deus. Há esperança", acrescentou o bispo de Angra.
E, prosseguiu: "quem poderá recompor a esperança numa Europa e num mundo tão polarizado e onde qualquer um pode usar a arma da palavra para destruir o próximo, para semear ódio em vez de paz? Sendo testemunhas da presença de Jesus entre nós".
Sublinhando a esperança que a celebração da Páscoa traz, Armando Esteves Domingues referiu que "a luz que brota da Páscoa de Jesus tem de chegar a todos os lugares, sobretudo às periferias existenciais ainda marcadas pela marginalização e pela indiferença, pela dor e pelo sofrimento, pela humilhação e desprezo".
Neste "ano do Jubileu da esperança", o prelado apelou a uma reflexão sobre o papel que a Igreja é chamada a desempenhar na Diocese.
"Nesta próxima semana, estaremos reunidos membros de todo o povo de Deus, em Conselho Diocesano, para traçarmos algumas linhas mestras até aos 500 anos da diocese em 2034. Não são os projetos que salvarão a Igreja, embora deles precisemos, não são as estruturas necessárias para a evangelização que nos levarão ao céu, será isso sim a assistência do Espírito Santo que só acontecerá se nos abrirmos a Ele e nos convertermos", sustentou ainda.
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