A mesma fonte assegurou à Lusa que Ricardo Salgado não terá de prestar 1,5 milhões de euros de caução, que o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) tinha determinado em novembro, após reavaliar a medida de coação.
O ex-presidente do BES continua, porém, impossibilitado de se ausentar do país e de contactar com os outros arguidos no processo relativo ao universo BES.
A 11 de novembro, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso de Ricardo Salgado, no qual o ex-presidente do BES contestava a prisão domiciliária aplicada pelo TCIC, a 25 de julho último.
No passado dia 24 de julho, o ex-presidente do Banco Espírito Santo foi detido para ser ouvido no TCIC, no âmbito da investigação Universo Espírito Santo, tendo ficado em prisão domiciliária.
A 21 de outubro, a Procuradoria-Geral da República explicou que Ricardo Salgado poderia deixar de estar em prisão domiciliária, se pagasse uma caução de três milhões de euros, mas ficava sujeito "à proibição de contactos, designadamente com os restantes arguidos no processo, e à proibição de se ausentar para o estrangeiro".
A PGR esclareceu então que, "até ser proferido despacho que julgue válida a prestação de caução, o arguido permanecerá sujeito à obrigação de permanência na habitação".
Ricardo Salgado, ex-presidente executivo do BES, foi ouvido no âmbito do processo Monte Branco, no dia 24 de julho de 2014, tendo ficado em liberdade mediante a prestação de uma caução de três milhões de euros.
A 05 de novembro último, a PGR informou que o TCIC decidiu baixar, de três milhões para 1,5 milhões de euros, a caução de Ricardo Salgado, no âmbito do processo Monte Branco.
Ao ver reduzida a caução do processo Monte Branco em 1,5 milhões de euros, o montante pago a mais por Ricardo Salgado transitou para o pagamento da caução de três milhões de euros, fixada para o processo do universo BES.
Ricardo Salgado voltou a recorrer do pagamento da caução que lhe fora imposta no âmbito do processo do universo BES, mas, agora, segundo a mesma fonte, foi libertado sem ter de pagar o milhão e meio de euros (1,5 milhões) em falta.
Além de Ricardo Salgado, foram também constituídos arguidos na investigação ao "Universo Espírito Santo" Isabel Almeida, ex-diretora financeira do BES, que foi "braço direito" do antigo administrador Morais Pires, António Soares, ex-diretor do BES Vida, Pedro Luís Costa, ex-administrador do Espírito Santo Ativos Financeiros, José Castella, antigo responsável pela tesouraria do Gupo Espírito Santo, e Cláudia Boal de Faria, que pertenceu à área de vendas e estruturação do BES, responsável pela área da poupança do Novo Banco.
Em causa na investigação ao "Universo Espírito Santo" estão suspeitas de falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no setor privado e branqueamento de capitais.