Para Gonçalo Velho, vice-presidente do SNESup, o Orçamento do Estado (OE) para 2016 "enuncia sinais de preocupação, mas ainda não resolve" os problemas, e entende que o Governo tem de decidir se "quer apostar num ensino superior de qualidade ou apenas resolver questões de cosmética".
O SNESup é hoje ouvido pelos deputados da comissão parlamentar de Educação e Ciência, e, além da questão do reposicionamento remuneratório, um desajuste salarial "que todo o setor considera injusto", uma vez que os docentes não estão a ser pagos de acordo com o seu nível na carreira, o sindicato quer ainda abordar, junto dos representantes parlamentares, questões como a coesão territorial que o OE deve promover, manifestando-se "contra medidas que atacam as instituições mais fracas", geralmente localizadas no interior do país.
Relativamente a temas como a precariedade, o sindicato quer ver aplicada, também aos docentes e investigadores do ensino superior, a diretiva comunitária que obriga a um vínculo permanente ao fim de três contratos de trabalho.
Para o SNESup, os doutorados devem ser contratados "com um vínculo estável, uma vez que respondem a necessidades permanentes do sistema".
Segundo números do sindicato do ensino superior, há no país "entre 800 a 1.000 doutorados e 1.000 bolseiros de pós-doutoramento, que estão há dez anos a ser contratados anualmente", nas instituições nas quais trabalham.