Uma quinta no Ribatejo. Uma escrivaninha que em tempos pertenceu a um primo do ex-governante, José Sócrates. Lá dentro, 1.273 cheques, todos em branco, descobertos por um agricultor. Do total dos cheques encontrados, 263 pertencem a uma conta de Sócrates no Totta, sendo que os restantes dizem respeito a outros elementos da família, indica a edição desta sexta-feira do semanário Sol.
O primo, dono da escrivaninha, chama-se José Paulo Pinto de Sousa. O mesmo José Paulo Pinto de Sousa implicado no âmbito do polémico caso Freeport, que ensombrou o antigo primeiro-ministro.
“Por que é que os cheques de Sócrates, da irmã e de uma empresa da mãe estavam na casa do primo?”. A pergunta foi formulada por Nuno Caçador, o agricultor que ‘caçou’ os cheques. Ora, de acordo com o Sol, os cheques são sequenciais, pelo que terão sido solicitados por ‘atacado’, e estarão ligados à Jonela, sociedade de artigos desportivos que a mãe do ex-governante tem com o cunhado, pai de José Paulo, a qual não tem património ou movimentos que fornecessem garantias bancárias para tamanha emissão de cheques.
Por outro lado, recorde-se, José Sócrates afirmou em entrevista à RTP que tem “uma única conta, na Caixa Geral de Depósitos”, há 25 anos. Parece, pois, que não será bem assim. O Sol tentou contactar o antigo chefe de Governo sobre esta matéria, mas não obteve resposta.