João Soares, filho do antigo Presidente da República, foi quem fez a primeira intervenção da cerimónia. Num discurso em que recordou os vários encarceramentos que o pai sofreu ao longo da sua vida, não tendo, ainda assim perdido a “alegria e vontade de viver”, João Soares enumerou as qualidades do seu pai.
“Foi ele que nos deu ânimo a todos. Corajoso como sempre. Essa é uma das muitas lições. Essa é uma das muitas lições boas e imagens fortes que guardamos do meu pai. Quero nesta hora triste, deixar aqui enquanto filho um testemunho de respeito, admiração e ternura por meu pai”, vincou.
Depois de relembrar o quanto o pai “conhecia Portugal, as suas terras e a sua gente”, afirmou que o antigo chefe de Estado se “afirmou como uma das grandes figuras do Portugal democrático do 25 de Abril”. “Ele ganhou um lugar entre as grandes figuras da Europa da segunda metade so século passado”, acrescentou.
Apesar de ter “ocupado e desocupado os mais variados cargos políticos”, o filho sublinhou que Soares “foi sempre um exemplo extraordinário de alegria e vontade de viver”.
Além dos cargos, é bom não esquecer: ele viveu com os seus 92 anos feitos há pouco tempo, como lembrou Manuel Alegre, mais tempo em ditadura do que em liberdade
“Importa recordar” uma pessoa “com uma capacidade de resistência e coragem excecionais”, acrescentou ainda o antigo ministro da Cultura.
Depois do discurso de João Soares, seguiu-se uma gravação da voz da sua mulher, Maria Barroso, falecida em 2015.
[Notícia atualizada às 15h35]