Têm mais de 55 anos e criaram a associação para Ser (uma) mais valia

Um grupo de voluntários com mais de 55 anos, de áreas como a saúde e a educação, decidiram criar uma associação à qual chamaram 'Ser Mais Valia' para desenvolver projetos de voluntariado e cidadania na área da ajuda ao desenvolvimento.

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Lusa
29/01/2017 09:24 ‧ 29/01/2017 por Lusa

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A associação, que vai ser apresentada publicamente na segunda-feira, inspira-se no Projeto Mais-Valia, apoiado pela Fundação Gulbenkian, que decorreu entre 2012 e 2016 enquanto programa de bolsas de voluntariado para profissionais experientes com mais de 55 anos na área da cooperação para o desenvolvimento nos PALOP.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da associação, que fez três missões no âmbito do projeto da Gulbenkian, explicou que o objetivo é dar continuidade, criando uma bolsa de voluntários mais alargada para o desenvolvimento de iniciativas, não só nos países de língua oficial portuguesa, mas também em Portugal.

Os membros da bolsa nem sempre têm capacidades físicas para ir para África, sendo por isso importante poderem desenvolver as suas competências em Portugal ou noutros países da Europa.

Na verdade, adiantou Maria França, a população com mais de 55 anos é cada vez mais jovem e não quer deixar de estar ligada à sua profissão, sentindo-se capaz de usar essas competências e pô-las ao serviço dos outros.

Mafalda França foi educadora de infância na Misericórdia de Lisboa e deu formação nesta área. Enquanto voluntária no âmbito do projeto "Mais Valia", uma das vezes em Moçambique, teve como missão o reforço das capacitações técnicas das pessoas que trabalham com crianças.

O objetivo destes voluntários, frisou, nunca foi substituir as pessoas locais, mas sim reforçar as competências dos que trabalham nas organizações. Não ocupar postos de trabalho, mas ser um reforço para o desenvolvimento dos projetos locais.

Há três áreas nas quais a associação espera vir a trabalhar: educação, saúde e direitos sociais, procurando agora parceiros. As organizações não-governamentais de desenvolvimento e as instituições estatais ou privadas podem agora contar com esta bolsa de voluntários como uma mais-valia e um reforço dos projetos e nunca como substitutos.

Com o fim do projeto desenvolvido pela Gulbenkian, os voluntários sentiram necessidade de dar continuidade a uma iniciativa que era já "uma mais-valia" e em coordenação com a fundação, que apoia agora o nascimento desta associação, cerca de 40 voluntários deram corpo a um desejo.

Maria Hermínia Cabral, diretora do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento e responsável pelo Projeto Mais-Valia (2012-2016), disse em declarações à Lusa que é gratificante para todos quando um projeto pontual se autonomiza desta forma.

O projeto que coordenou, explicou, foi uma ideia que veio colmatar uma necessidade efetiva e que agora é posta em prática de uma forma institucionalizada, ajudando na construção de soluções da comunidade, quer em Portugal quer noutros países, em áreas como a saúde, educação ou gestão.

O protocolo de colaboração entre a fundação Calouste Gulbenkian e a recém-criada Associação Ser Mais Valia será assinado na segunda-feira durante uma conferência intitulada "O que fazemos com o tempo? Trabalho, voluntariado e envelhecimento ativo", na qual participará Helena André (Organização Internacional do Trabalho) e Susana Réfega (Fundação Fé e Cooperação).

 

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