Na província canadiana do Ontário, são cerca de cem as celebrações do Espírito Santo que ocorrem todos aos anos, disse agência à Lusa o padre Alberto Cunha.
Segundo o primeiro sacerdote convidado pela emigração católica em Portugal para o Canadá, atualmente com 84 anos, “o primeiro ‘Império do Espírito Santo’ em terras canadianas foi celebrado em 1962, em Gal”, que atualmente é designada de Cambridge, devido à junção de algumas cidades.
O fenómeno da erupção do vulcão dos Capelinhos, no Faial, obrigou em 1957 à emigração de muitas famílias açorianas para locais diferentes do Canadá e dos EUA, que levaram consigo as suas tradições.
“Em Cambridge, há grupos das várias ilhas do arquipélago que celebram o ‘Império’”, assegurou Alberto Cunha, que recorda que, em Toronto, onde as primeiras celebrações ocorreram em 1967, “tiveram uma boa adesão e recetividade, pois as pessoas recordavam-se das tradições das suas ilhas”.
Nos Estados Unidos da América, as festividades do Espírito Santo atravessam o país de uma costa à outra.
Em Massachusetts e Rhode Island, onde se concentra uma grande comunidade açoriana, as celebrações começam em maio e estendem-se até agosto.
A comunidade de Newark, New Jersey, é menos expressiva e, por isso, apenas o último fim de semana de maio está reservado para esta celebração.
É na Califórnia, o estado norte-americano com mais emigrantes açorianos, que os festejos atingem maiores proporções, com cerca de 90 organizações envolvidas em festividades que reúnem mais de 250 mil pessoas.
O maior encontro é realizado pela Irmandade do Espírito Santo da Igreja das Cinco Chagas, em São José, e reúne mais de 4.000 pessoas, no último fim de semana de junho, para participarem na procissão e comerem as tradicionais sopas.
O Espírito Santo é celebrado na Califórnia há quase 150 anos e no sul do estado, em San Diego, é mesmo a celebração religiosa étnica mais antiga da cidade, tendo-se iniciado com a chegada das primeiras famílias açorianas, em botes baleeiros, no ano de 1884.
Em Sausalito, junto a São Francisco, a Irmandade do Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade assinalou, há duas semanas, 125 anos de comemorações sem interrupção.
O presidente da organização, Vasco Henrique Morais, um português de segunda geração, disse à agência Lusa que as festas “continuam a ser uma oportunidade para os portugueses de segunda, terceira e quarta gerações se encontrarem e recuperarem a relação com a sua rica herança portuguesa”.