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CGD: Autarcas e populares do distrito de Setúbal protestam em Lisboa

Mais de 70 autarcas e populares do distrito de Setúbal manifestaram-se hoje em frente à sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa, em protesto contra o encerramento de cinco agências no distrito.

CGD: Autarcas e populares do distrito de Setúbal protestam em Lisboa
Notícias ao Minuto

12:47 - 27/04/17 por Lusa

País Sede

Os manifestantes, na maioria idosos, exibiam bandeiras negras e gritavam que "a Caixa é do povo, não pode encerrar".

No protesto estiveram autarcas das freguesias de Charneca de Caparica e Sobreda, de Cacilhas, do Lavradio, de Canha e do Sado, além de, em solidariedade, da junta de Sarilhos Grandes.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Junta da Charneca de Caparica, Margarida Carvalho, onde deve encerrar a agência da Sobreda, disse que só na sua freguesia (no concelho de Almada) são afetadas 14 mil pessoas, muitas idosas, com dificuldades em deslocação, que ficam sem qualquer dependência bancária.

A mais próxima, segundo a autarca, seria a do Fórum Almada, que também vai encerrar.

Margarida Carvalho afirmou ainda que a freguesia nunca teve oportunidade de negociar a manutenção desta agência, à volta da qual está estruturado todo o comércio local.

"O argumento de que é uma agência meramente transacional, a mais transacional do distrito de Setúbal, não pode ser motivo para o encerramento. Porque, se é muito transacional, é porque é muito utilizada. Pode não gerar lucro, mas um banco público não é para gerar lucro, é para servir as pessoas", afirmou.

A autarca tem esperança de que a situação se resolva até esta sexta-feira, data prevista para o encerramento, e admite tomar ações, "como invadir a CGD, se a população assim o quiser".

Na manifestação esteve o deputado do PCP Miguel Tiago, que manifestou o apoio do partido a esta causa, salientando que os portugueses não estão a pagar uma injeção de dinheiro na Caixa para ela fechar balcões e prestar assim um mau serviço às populações.

Para o deputado comunista, o encerramento de balcões da CGD pode levar as pessoas a procurarem outros bancos privados.

O PCP não rejeita reajustamentos na rede de balcões, mas considera que há locais onde "as populações usam e recorrem à CGD como um serviço no seu quotidiano", soluções como um serviço móvel de balcões, com carrinhas que vão a zonas rurais, previsto pelo Governo, "podem até provocar mais problemas do que resolver".

"São soluções que estão a ser atiradas para cima da mesa para calar este descontentamento", disse.

O deputado salientou que a União Europeia está a impor os encerramentos de balcões e os despedimentos e outras condições para a recapitalização da caixa, mas "está nas mãos do Governo da República portuguesa acatar ou não acatar".

"Da parte do PCP, daremos todo o apoio ao Governo para confrontar essas posições, nenhum apoio para fechar balcões e despedir trabalhadores", acrescentou.

A CGD prevê encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em março.

No distrito de Setúbal estão previstos os encerramentos das agências de Sobreda da Caparica (Almada), Cacilhas (Almada), Fórum Almada (Almada), Lavradio (Barreiro) e Canha (Montijo).

Numa lista inicial estava também previsto o encerramento da agência de Faralhão, em Setúbal.

O fecho de agências foi negociado com Bruxelas e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado.

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