Humberto Martins, um português de 30 anos, que trabalha num restaurante próximo do local onde ontem um bombista suicida se fez explodir em Manchester, provocando pelo menos 22 mortos, descreveu ao Notícias ao Minuto o cenário que presenciou após a explosão.
"Vi o pânico das pessoas a correrem, muitas crianças a chorar e a ligar para os pais, porque, no meio da confusão, perderam-se", contou Humberto que, assim que se apercebeu do pânico, diz ter tido logo a "tentação de ajudar".
Abriram a porta do restaurante a quem vinha, assustado, a correr do Manchester Arena, "alguns com as mãos ensanguentadas por terem estado a ajudar outras vítimas", relatou.
"Abrimos-lhes a porta, demos-lhes água". Momentos depois, o próprio restaurante recebeu ordem para evacuar. Em causa, um segundo dispositivo suspeito que as autoridades acabariam por fazer explodir. Ainda sem perceber o que se passava, "a seguir à explosão foi uma questão de segundos até se instalar o pânico". Pânico é, de resto, a palavra mais usada por este português.
"Foi tudo tão rápido", recorda Humberto, que só se apercebeu de que estaria perante um atentado quando viu "polícia com armamento diferente do normal" e a comunicação social, já quando a zona estava completamente deserta. Humberto "tira o chapéu à polícia" por rapidamente delinear um perímetro de segurança para tratar das vítimas, deixando o espaço totalmente livre para ambulâncias.
Confessa que ontem chegou a ter medo e a sentir "um bocado de pânico". Contudo, sabe que esse sentimento não pode ser diário e permanente. "Não podemos viver no pânico. Nenhum lugar do mundo é seguro", lamenta.
Entretanto, o Governo já confirmou que não há vítimas portuguesas entre os vítimas da explosão.