"Espanha não tomará nenhuma decisão [sobre o futuro das centrais nucleares] enquanto não for elaborado e discutido este Plano de Energia e Clima que se propôs fazer até 2018. Por isso temos um tempo para discutir", disse João Matos Fernandes, em declarações aos jornalistas hoje em Lisboa.
O ministro do Ambiente reagia ao parecer favorável que o Conselho de Segurança Nuclear de Espanha deu a uma proposta do governo espanhol de alargar por dois anos o prazo para decidir se as centrais nucleares, incluindo a de Almaraz, situada a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal, renovam ou não as licenças de exploração.
João Matos Fernandes disse que Espanha fará "depender a apresentação de projetos de prolongamento das centrais nucleares da elaboração de um Plano para o Clima e Energia", que é exigido pela União Europeia a todos os Estados-membros e que terá de ser apresentado durante o primeiro trimestre de 2018.
O ministro recordou ainda que na cimeira ibérica realizada esta semana, os governos de Espanha e de Portugal assumiram o compromisso de criar até ao final deste ano um grupo de trabalho para os dois países reavaliarem a política energética comum, "com particular destaque para a relevância das energias renováveis".
Apesar do compromisso, os dois países foram criticados por não terem incluído o tema da central de Almaraz na agenda oficial da 29.º cimeira ibérica, que decorreu na segunda e na terça-feira no Douro e em Vila Real.
Vários grupos de defesa do ambiente em Portugal e Espanha têm contestado a construção de um armazém de resíduos nucleares em Almaraz assim como a continuação do período de vida da central para além do termo da autorização em vigor, que caduca em 08 de junho de 2020.