Ofertas de todo o país transformam quartel de bombeiros em base solidária

Centenas de voluntários e centenas de toneladas de bens oferecidos transformaram o quartel de bombeiros de Pedrógão Grande numa base logística solidária que serve todos os que combatem ou foram afetados pelos incêndios da região.

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Lusa
21/06/2017 12:05 ‧ 21/06/2017 por Lusa

País

Pedrógão Grande

 

"Recebemos aqui muitas ofertas, não vou nomear nenhuma pessoa em especial", disse à Lusa Carlos David, presidente da direção dos Bombeiros de Pedrógão Grande, agradecendo a enorme quantidade de bens, cujas toneladas "vão superar os três dígitos".

"Nós, bombeiros, não queremos nada para nós, queremos é acudir às pessoas que estão em sofrimento, às famílias que perderam familiares. Os bombeiros sentem esse peso", diz, acrescentando: "Nós também estamos em sofrimento".

A quantidade de ofertas tem sido "fantástica" e superou as expectativas. "Estamos também a colaborar com as instituições e solidariedade social aqui à volta", que "estão de portas abertas a acolher" as pessoas retiradas das aldeias, explica Carlos David, salientando: "Estamos a trabalhar diretamente com eles para lhes fazer chegar todos os bens de que necessitam".

No entanto, admite que ainda existem problemas. "É evidente que sei que há bombeiros no terreno que não comeram", mas "nós não conseguimos chegar" a todo o lado e "são zonas muito difíceis de acesso".

Do quartel, cujas garagens ficaram transformadas num imenso centro logístico de refeições, sandes, com dezenas de paletes com águas, leite, pão, fruta, sumos, roupa e outros bens, saíram produtos para alimentar e acudir a bombeiros e populações dos concelhos vizinhos, incluindo Góis, onde lavra um outro incêndio de grandes dimensões.

A mão-de-obra improvisada é composta por voluntários de vários pontos do país e tudo o que é oferecido é acondicionado, promete o presidente da direção dos bombeiros.

"Temos material que está armazenado em câmaras frigorifica" e "se não consumimos fazemos a passagem dos bens para as instituições" que distribuem às pessoas.

"Nós não deixamos estragar nada. As frutas estão armazenadas em frio" e a "nossa preocupação é não deixar estragar nada", promete Carlos David, acrescentando: "Os donativos que nos estão a dar estão todos a ser bem empregues".

Defronte do quartel, está a cozinha de campanha dos fuzileiros para alimentar os operacionais e todos os que procuram uma comida quente.

Filipe Afonso é cabo e um dos responsáveis da equipa de 15 pessoas, entre cozinheiros e ajudantes. "Tem sido um bocado de trabalho mas é gratificante ao mesmo tempo", diz.

A expectativa era servir 1.500 refeições diárias, mas o número chega às 2.500. "Tivemos de reforçar e pedir mais bens. Vamos servir o que for preciso", explica.

 

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