"Todos estamos revoltados e temos de ser exigentes a esclarecer tudo"
O primeiro-ministro frisou o compromisso do Governo com a proposta de criação de uma comissão técnica independente, garantindo que o executivo quer "esclarecer tudo o que houver para esclarecer".
© Getty
País António Costa
Numa visita ao arco ribeirinho do Barreiro, o primeiro-ministro, António Costa, disse continuar a aguardar pelas respostas solicitadas ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), à GNR e ao SIRESP, garantindo que o Governo quer esclarecer totalmente o que se passou na tragédia de Pedrógão Grande.
“Aguardamos que o IPMA responda à questão fundamental, que é a especificidade do evento de natureza meteorológica que ocorreu naquela zona e naquele período. Aguardamos que a GNR apresente o resultado final do inquérito que já formulou. Aguardamos, hoje mesmo, que o SIRESP responda à ministra da Administração Interna”, disse António Costa numa declaração aos jornalistas.
O primeiro-ministro frisou ainda o seu compromisso com a proposta de criação de uma comissão técnica independente, proposta pelo PSD, garantindo uma colaboração total com as entidades envolvidas numa futura investigação às causas do incêndio.
“Da parte do Governo, estamos concentrados em duas prioridades: primeiro, a reconstrução e devolução da normalidade aqueles territórios (…) e, segundo, um esclarecimento cabal do que podemos e devemos obter de informação para colaborar com as entidades independentes”, garantiu o primeiro-ministro
Questionado sobre a falta de efetivos da GNR, António Costa afirmou que não ia “tirar conclusões antecipadas”. “Ninguém pode deixar de estar revoltado com o facto de, até este momento, termos perdido 64 vidas humanas e termos tido um incêndio daquela dimensão. Todos nós estamos revoltados e temos de ser exigentes a esclarecer tudo o que houver para esclarecer”, reiterou.
Relativamente às declarações de Pedro Passos Coelho, que minutos antes afirmou que ter conhecimento de pessoas que se suicidaram por não terem tido apoio psicológico, o primeiro-ministro pediu ponderação nas declarações.
“Devíamos ser todos muito prudentes nas afirmações que reproduzimos. Prefiro só afirmar em função dos dados oficiais que obtenho e não com base em rumores, notícias avulsas, ou no ‘diz que disse’. Estamos a falar da maior tragédia humana que o país viveu, e isso exige-nos a todos muita prudência e responsabilidade”, disse
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